Alfa Romeo SZ — La Bella…

Clássicos 13 Jun 2017

Alfa Romeo SZ — La Bella…

Por Hélio Valente de Oliveira

Inicialmente apelidado “il Mostro”, o Alfa Romeo SZ (Sprint Zagato), ou ES-30 logrou instalar-se no seio dos apreciadores de automóveis como se dotado de uma beleza singular. Fruto de uma época onde todos os construtores seguiam a mesma cartilha, pelo menos em termos estilísticos, o SZ quebrou todas as regras, não fosse desenhado pelo Centro Stile Zagato. O SZ é a prova que o design — e muitas outras coisas — quando fora do tempo, é, ou pode ser muito mal compreendido.
 
Para começar, e talvez a característica mais marcante, a frente com seis faróis…praticamente única e, até então, nunca este solução tinha sido adoptada. Depois o perfil agressivo e quase contundente. A traseira é praticamente desprovida de linhas curvas, parece feita a golpes de chísel. Como mencionado, tudo muito pouco comum na época. O tempo haveria de dar razão à Zagato, basta olhar para a oferta dos desportivos actuais. Penso que o cognome veio mais da agressão visual que proporcionava do que outra coisa qualquer. Se ainda funciona hoje, imagine-se em 1989!
 
O aspecto mais humilde do SZ prende-se à plataforma utilizada, a do 75 que já vinha do Alfetta. No entanto foi devidamente modernizada com a suspensão vinda directamente do 75 de Grupo A, os amortecedores construídos pela Koni propositadamente e vinha equipado com os excelentes Pirelli P-Zero. Não admira que conseguisse gerar em curva uns sólidos 1.1G, tendo alguns pilotos conseguido 1.4G. Qualquer um dos números ainda impressiona hoje.
 
O propulsor era o já conhecido 3.0 V6, com alguns retoques para produzir 210cv que, aliados a um peso de 1250Kg faziam do SZ uma proposta muito interessante.
 
E como é conduzi-lo hoje? Embora tenha sido lançado como um automóvel de prestações elevadas, os valores hoje já não impressionam. Mas sem dúvida que ainda conseguem gerar alguns sorrisos. O SZ é mais sobre as sensações que consegue provocar, tornando o cronómetro completamente redundante.
 
O motor sobe de regime muito livremente, com a sonoridade típica, já inúmeras vezes considerado o V6 com melhores dotes vocais. A caixa de cinco velocidades não desilude, com um tacto muito agradável e um feeling mecânico extremamente positivo.
 
Já o comportamento é típico da época. Olhando para o SZ de frente, nota-se o camber negativo generoso do trem dianteiro. É daqueles automóveis que são desajeitados quando o andamento é lento, mas elevando o ritmo, começa tudo a funcionar como é de esperar. A inserção em curva inspira confiança, deixa aquela sensação de não termos chegado nada perto dos limites, tal a compostura. Dir-se-ia que o SZ foi feito para curvar, pede mais e mais, com uma, quando acontece, deriva muito linear da traseira. Sem dramas.
 
Tendo em conta a exclusividade, o SZ é quase obrigatório para qualquer entusiasta. Com umas linhas únicas, ainda hoje, o maior problema do condutor é gerir da melhor forma a atenção que atrai na estrada.
 
Na minha volta, aposto que muita gente ficou a pensar que seria algum modelo novo.
 
Esta viatura foi cedida pela Pep´s Gang (917 235 762/917 232 415)
 

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