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A Ruf pode parecer mais uma preparadora de automóveis Porsche, mas na realidade é uma fabricante com número de chassis próprio, utilizando modelos da marca alemã como base aproveitando apenas, e precisamente, os seus chassis. Além disso, também desenvolve peças de alta performance e restaura clássicos da marca de Estugarda.
A história da empresa remonta a 1939, quando Alois Ruf fundou a Auto Ruf, uma oficina de reparação de automóveis tendo-lhe, em 1949, juntado uma bomba de gasolina. No final dos anos 40, Alois começou a desenvolver as suas peças e, em 1955, desenhou e construiu um autocarro de turismo. O seu filho, de nome Alois Ruf Jr., tinha uma grande paixão por automóveis desportivos e começou a fazer trabalhos e restauro em automóveis Porsche, em 1960, na oficina do seu pai. Após o falecimento deste, em 1974, tomou conta da empresa e seguiu o seu sonho, culminando no seu primeiro Porsche 911 modificado um ano depois; em 1977, começou a vender outros modelos alterados.
Entre 1983 e 1989 a Ruf produziu o modelo BTR (que significa Grupo B Turbo Ruf), tendo por base o Porsche 911 e as regras de Grupo B, como não poderia deixar de ser, e estava disponível na carroçaria tradicional ou na mais larga do 930 Turbo. O BTR foi o primeiro modelo vendido como Ruf com número de chassis próprio.
Na traseira situa-se o motor boxer de seis cilindros com especificações inspiradas nas alterações efectuadas no Porsche 935, aqui com 3,4L de cilindrada e com um turbocompressor, para debitar uma potência de 375cv às 6000rpm e um binário máximo de 480Nm às 4800rpm. Acoplado ao motor estava uma caixa manual de cinco velocidades e, a partir de 1988, foi possível encomendar uma caixa manual de seis velocidades, numa altura em que a própria Porsche apenas disponibilizava caixa de quatro velocidades para o seu 911 Turbo.
Como potência nunca é demais, existiu ainda duas evoluções, a BTR II e a BTR III, na qual na última a potência subia para os 408cv graças ao turbo K27 e à gestão electrónica Bosch DME.
Além do motor e caixa de velocidades, a suspensão era também alterada para uma melhor aderência, a travagem contava com discos maiores para uma melhor eficiência e o escape incluía agora quatro saídas.
No interior, estava equipado com baquets Recaro em pele, volante Ruf, painel de instrumentos Ruf e cintos de competição da Simpson. Exteriormente, poderia vir equipado com espelhos retrovisores do Porsche 935 e as jantes Speedline de cinco raios em 17”, características dos modelos Ruf.
Dos cerca de 30 exemplares produzidos pela Ruf (e não modificados sob a Porsche 911 já existentes), apenas dois foram construídos com carroçaria Cabriolet e ambos produzidos com a frente Flat-Nose, ou seja, com os faróis escamoteáveis.
Presente neste artigo está um dos dois BTR Cabriolet, encomendado na Ruf Canadá com as especificações BTR III e caixa manual de seis velocidades, sendo entregue a 5 de Dezembro de 1990. A pintura preta foi pedida especificamente por encomenda com quatro camadas, cor que também é transposta para as jantes, criando um efeito único neste exemplar.
Além disso, foi ainda encomendado com ar condicionado, bancos Recaro CSE, sistema de som Sony, vidros eléctricos, alarme, as jantes Speedline de 17”, depósito de combustível de 105 litros, espelhos do 935 e volante em pele.
Entrou no acervo da Dare to Dream Collection em Março de 2014, onde permaneceu até ao dia 1 de Junho de 2024, altura em que foi vendido num leilão organizado pela RM Sotheby’s por 753 mil dólares, cerca de 664 mil euros.
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