Lamborghini Miura Roadster, exclusividade a céu aberto

No Salão Automóvel de Turim de 1965, a Lamborghini apresentou apenas um chassis rolante com mecânica, tendo sido surpreendida pelas elevadas encomendas que teve, mesmo sem os seus compradores saberem como seria o desenho da carroçaria. Apenas no Salão de Genebra do ano seguinte é que a marca iria apresentar o derradeiro desenho do automóvel, sob a forma do protótipo Lamborghini Miura P400. O seu traço esteve a cargo de Marcello Gandini, enquanto trabalhava nos estúdios da Bertone, e a sua produção perduraria até 1973, com 764 exemplares construídos, momento em que foi substituído pelo Countach.

A primeira versão de produção do Miura era a P400 – de Posteriore 4 litri – equipado com o motor V12 de 3,9 litros de cilindrada, o mesmo utilizado pelo Lamborghini 400GT da época, desenvolvendo 350cv.

No Salão de Bruxelas de 1968 a Betone apresentou um modelo targa com base no Miura P400, a que chamou Miura Roadster. Este protótipo nunca avançou para a produção, apesar de ser totalmente funcional e estar praticamente pronto para produzir, e foi utilizado em diversos salões e exposições pelo mundo fora. Além da óbvia remoção do tejadilho, este Miura tinha também o motor exposto, novas entradas de ar para o mesmo, e um novo desenho da respectiva zona envolvente.

Quando deixou de ser utilizado para salões, a Bertone vendeu-o em 1970 à International Lead Zinc Research Organization de forma a ser utilizado como veículo de exposição e de demonstração, e para explorar as possibilidades de utilizar ligas de zinco na produção de automóveis. Nesta mesma altura, o Miura Roadster foi renomeado de Zn75 e submetido a bastantes alterações, nomeadamente a carroçaria que recebe painéis produzidos em liga de zinco e é pintado de verde.

Em 2006 foi adquirido por Adam Gordon que o restaurou novamente para a sua forma original, algo que preserva ainda hoje. Actualmente, não se sabe do paradeiro deste único exemplar do Miura Roadster, mas sabe-se que reside numa colecção privada.