Snapshot: Encontro de clássicos no Aeroporto da Portela

Uma imagem do quotidiano no Aeroporto da Portela, em meados dos anos 50, com um camião Mack da transportadora Galamas a descarregar um Avro 685 York da companhia britânica Skyways.

Hoje praticamente esquecido, o Avro York foi um avião de transporte desenvolvido durante a Segunda Guerra Mundial, sendo derivado do famoso bombardeiro britânico Avro Lancaster, com o qual partilhava as asas, os motores e diversas outras partes. O primeiro operador civil foi a BOAC que inaugurou uma rota entre o Reino Unido, Marrocos e Egipto em Abril de 1944.

A partir de 1952, após a retirada dos York do serviço de passageiros da BOAC, a companhia britânica Skyways Ltd passaria a ser a transportadora aérea com mais exemplares operacionais do York, dividindo os serviços entre transporte de carga ou passageiros. Mas não sem alguns contratempos: ao longo de cinco anos iria perder três destes aparelhos em acidentes, com cerca de quatro dezenas de vítimas mortais.

Este G-AHFH, que vemos nesta foto realizada no Aeroporto da Portela, em Portugal, iria sobreviver ao serviço na Skyways até ser vendido em 1957. Iria perder-se em 1962, num acidente a aterrar no aeroporto de Azaiba, na Arábia Saudita.

As cores do Avro York foram escolhidas a partir de uma outra foto de um aparelho da Skyways. O verde escuro do camião dos Galamas foi escolhido por dedução, baseado no tom cinza escuro da foto a preto e branco e na cor actual das viaturas da empresa que, suponho, terá sido inspirada na tonalidade usada nos camiões da Galamas entre 1934 e o final dos anos 50. Pelo meio, isto é, entre os anos 60 e 90, os veículos passaram a ser pintados num original tom de “verde sabonete” sem paralelo no nosso país.

Quanto à empresa Galamas, fundada em 1934, iria sobreviver até aos dias de hoje, embora tenha deixado de usar os camiões com carroçarias especiais fechadas (como a deste Mack que vemos na fotografia) e que durante muito tempo foram como que a imagem de marca da transportadora.

Imagem colorida por Ricardo Grilo