A Rainha da Velocidade

Michèle Hélène Raymonde Mouton – nascida a 23 de Junho de 1951, dispensa qualquer apresentação que ainda hoje seja necessária. É, até hoje, a única Mulher a vencer no Campeonato do Mundo de Ralis (WRC), alcançando a primeira vitória no Rali de Sanremo de 1981 ao volante do Audi Quattro, e repetindo o feito por mais três vezes (sendo uma delas no Rali de Portugal de 1982, sempre navegada por Fabrizia Pons).

Se é verdade que no ano seguinte seria vice-campeã mundial atrás de Walter Röhrl, não menos memoráveis são tantos outros dos seus feitos desportivos e não só, prévios e posteriores. Em destaque, a vitória na categoria dos protótipos de 2 litros nas 24 Horas de Le Mans de 1975 (com Christine Dacremont e Marianne Hoepfner, numa equipa inteiramente feminina ao volante do Moynet LM75) e o primeiro lugar na Rampa de Pikes Peak em 1985 (estabelecendo um tempo recorde), sem esquecer ainda a fundação da Race of Champions em 1988, em conjunto com Frederik Johnsson, em memória de Henri Toivonen, celebrando igualmente o décimo aniversário do campeonato mundial de ralis para condutores e navegadores.

Com o fim do Grupo B, Mouton sairia igualmente do WRC, prosseguindo a sua carreira com participações em competições como o Dakar, destacando-se posteriormente o seu trabalho em diversas áreas da FIA (sendo nomeada líder da comissão Women In Motorsport em 2010, e também da direcção do WRC em 2011).

Hoje relembramos assim mais uma inesquecível Heroína da nossa História, com o documentário Queen of Speed, vencedor em 2022 do Emmy para Melhor Documentário Desportivo – um prémio mais do que justo para o retrato da vida de uma Mulher que nos lembra que, independentemente do género, o que mais conta é a coragem, sensibilidade e capacidade daquela que é a peça mais importante de um automóvel: a que se senta entre o banco e o volante.