Clássicos • 02 Jan 2018

Clássicos • 02 Mar 2025
Maserati: As maiores estrelas dos seus 110 anos de história
Ao longo dos seus 110 anos de história, a Maserati tem-nos presenteado com alguns dos automóveis mais marcantes nascidos na península itálica. Recorde alguns daqueles que são, para nós, exemplos máximos das produções da casa do Tridente.
Tipo 26
Após anos dedicados à manutenção e preparação de automóveis de competição, em 1926, a Officine Alfieri Maserati apresentou o seu primeiro carro de corrida com o logótipo do Tridente. O Maserati Tipo 26 estava equipado com um motor de oito cilindros em linha, sobrealimentado, com 1493cc de capacidade, de forma a cumprir os regulamentos dos Grandes Prémios da época. Com uma carroçaria em alumínio, pesava menos de 800 kg e produzia 128cv. No dia 25 de Abril, com Alfieri Maserati ao volante, conquistou a vitória na sua classe na Targa Florio.

Ao longo dos anos, o Tipo 26 obteve lugares no pódio e vitórias na sua classe em corridas de Grande Prémio, e, no início da década de 1930, o nome Maserati já era bem reconhecido no desporto motorizado italiano.
A6
Sob a designação A6 (Alfieri, 6 cilindros), a Maserati criou uma série de belos automóveis desportivos de estrada e bem-sucedidos carros de corrida e monolugares, que garantiram à marca uma posição exclusiva no mundo do automobilismo.
O A6 1500 Gran Turismo, de 1947, foi o primeiro automóvel de estrada da Maserati. Pequenas séries de variações do A6 1500 e, mais tarde, do A6 G 2000, com carroçarias desenhadas por Pinin Farina, Zagato, Frua, Vignale ou Allemano, resultaram em alguns dos mais belos automóveis italianos da década de 1950. Até ao final da sua produção, em 1956, foram criadas diversas versões Gran Turismo, de dois e quatro lugares, descapotáveis, coupés e barchetta de competição.

Além disso, o A6 evoluiu para o bem-sucedido monolugar A6GCM, que competiu nos recém-criados Campeonatos do Mundo de Fórmula 1 e Fórmula 2, reacendendo o entusiasmo dos italianos pela Maserati, que remontava ao período pré-Segunda Guerra Mundial.
250F
Após os sucessos do Maserati A6GCM nas corridas de Grande Prémio dos Campeonatos do Mundo de Fórmula 1 e Fórmula 2, a Maserati lançou um novo modelo, com motor de 2,5 litros, no Grande Prémio da Argentina de 1954: o Maserati 250F.
Com Juan Manuel Fangio ao volante, o 250F venceu a sua corrida de estreia, e voltou a triunfar na Bélgica, ajudando o piloto argentino a conquistar o seu segundo Campeonato do Mundo de Pilotos. O monolugar estava equipado com um motor de seis cilindros em linha de 2,5 litros, capaz de produzir quase 300 cavalos. Rapidamente ganhou notoriedade no campeonato e no mundo das corridas, pilotado por lendas como Fangio e Moss.

O 250F obteve 12 vitórias na Fórmula 1, cinco das quais em 1957, e permitiu a Fangio conquistar o seu quinto Campeonato do Mundo de Pilotos, solidificando a reputação do 250F como um monolugar lendário. Continuou a ser utilizado por equipas privadas até à alteração dos regulamentos, em 1961.
3500 GT
A Maserati elevou a fasquia com o modelo de estrada sucessor do A6. Em 1957, apresentou o Maserati 3500 GT, um dos modelos mais importantes da história da marca, e um marco entre os automóveis italianos do tipo Gran Turismo.
Após vários projectos e protótipos, foi escolhida a elegante silhueta da Carrozzeria Touring, construída com a técnica Superleggera de chassis tubular e carroçaria em alumínio. O motor era um seis cilindros em linha de 3,5 litros e 220cv, derivado do motor do Maserati 350S de endurance.

O 3500 GT conquistou as estrelas de cinema e o jet set da época, ajudando a consolidar o legado da Maserati como uma marca de grandes automóveis desportivos. Em 1959, foi lançada uma versão descapotável, concebida por Vignale, e em 1960 o 3500 GT tornou-se o primeiro automóvel de produção italiano a contar com injecção electrónica de combustível, na sua versão 3500 GTI.
Quattroporte
Em 1963, a Maserati foi pioneira num novo segmento, unindo a sua experiência em automóveis desportivos com a carroçaria de um automóvel de luxo de quatro portas. O conceito foi tão inovador para uma marca associada às corridas e aos coupés que o modelo recebeu um nome descritivo e directo: Maserati Quattroporte. Assim, não restavam dúvidas de que se tratava de um Maserati, mesmo com quatro portas.
O Quattroporte tornou-se um modelo essencial para a marca, sendo o automóvel com mais tempo de produção, estando presente até hoje na sua gama que já vai em seis gerações.

Versões memoráveis incluem o Quattroporte Royale, dos anos 80, a geração desportiva e bem-sucedida do início dos anos 2000, e a sexta geração, que representa o auge da condução há mais de uma década. Este modelo combina um interior espaçoso, confortável e exclusivo com um desempenho e comportamento emocionantes.
Ghibli
Em 1966, a Maserati voltou a revolucionar o mundo automóvel ao apresentar o Maserati Ghibli no Salão Automóvel de Turim, um automóvel que ficaria para a história como um dos mais belos já produzidos. As linhas longas e afiladas, desenhadas por Giorgetto Giugiaro, incluíam faróis retrácteis, uma traseira tipo fastback e jantes de magnésio de série. Sob o longo capot estava um motor V8 de 4,7 litros, com lubrificação por cárter seco, capaz de produzir 330cv.
Em 1969, surgiu a versão Ghibli SS, com a capacidade do motor aumentada para 4,9 litros, e a potência para 335cv, além da variante descapotável Ghibli Spyder. A produção total atingiu 780 unidades na versão Coupé, 424 no Coupé SS 4.9, 82 no Spyder 4.7 e 46 no Spyder SS 4.9, modelos hoje cobiçados em colecções exclusivas.

O nome Ghibli tornou-se tão icónico que foi reavivado nos anos 90, com um modelo baseado no coupé da família Biturbo V6. Este modelo combinava luxo e performance, e teve até a sua própria competição monomarca, a Ghibli Open Cup.
Na sua terceira geração, lançada em 2013, o Ghibli trouxe o conceito de design elegante para o segmento das berlinas desportivas, com um modelo emblemático, interior exclusivo e elevado desempenho. As variantes incluíam motores V6 Biturbo, V8 Biturbo e turbodiesel de alta performance.
3200 GT
O 3200 GT, lançado em 1998, foi um modelo chave na história da Maserati, marcando o início de uma nova era ao modernizar a oferta da marca no final dos anos 90 e revitalizando o interesse pelos grand tourers da casa do Tridente.
O design inovador do 3200 GT apresentava linhas curvas, proporções perfeitas de coupé e detalhes únicos que marcaram a época. Foi o primeiro automóvel de produção a ser equipado com luzes traseiras LED em forma de boomerang, um design à frente do seu tempo.
Com um motor V8 Biturbo de 3,2 litros e 370cv, o 3200 GT alcançava os 0-100 km/h em 5,4 segundos na versão manual e em 5,8 segundos na versão automática.

A primeira série do 3200 GT esteve em produção até 2002, altura em que foi introduzida a sua evolução, o Maserati Coupé. Este modelo, juntamente com a variante descapotável Spyder, viu a cilindrada do motor aumentar para 4,2 litros, com 390cv, atingindo 400cv nas versões GrandSport. Também estreou o sistema de caixa de velocidades robotizada Cambiocorsa.
Foram produzidas mais de 13 500 unidades, entre as versões Coupé e Spyder, consolidando a posição da Maserati no segmento dos automóveis desportivos modernos.
MC12
No início dos anos 2000, a Maserati decidiu retomar a sua participação oficial em competições de alto nível. A resistência foi a categoria escolhida, devido à sua ligação histórica com a marca, e um novo supercarro foi concebido para este fim. O MC12 estreou-se em 2004, como carro de competição na categoria FIA GT1. Em 2005, a equipa Vitaphone Racing venceu o campeonato FIA GT1, repetindo o feito todos os anos até 2009. A sua esmagadora superioridade na classe, e os sucessos nos campeonatos de GT italianos e norte-americanos, cimentaram o MC12 Versione Corse enquanto um ícone das corridas.
Para homologar o modelo de competição, a Maserati produziu uma versão de estrada. Esta partilhava a silhueta aerodinâmica do bólide de corrida, mas apresentava um tejadilho amovível, para um toque mais exótico. O motor V12 de 6,0 litros debitava 630 cavalos, permitindo-lhe atingir os 330 km/h. O design radical, com linhas alongadas sem janela traseira, e com um interior focado na performance, captou as atenções a nível mundial.

Foram produzidas duas séries para estrada: uma primeira série de 25 unidades, em 2004; e uma segunda série, em 2005, também de 25 unidades, para acomodar as alterações operadas nos regulamentos da FIA. Relativamente ao Maserati MC12 Versione Corse, foi produzido num total de 13 unidades. Actualmente, o MC12 é reconhecido como um dos automóveis mais importantes da história da Maserati.
GranTurismo
Em 2007, a Maserati apresentou o Maserati GranTurismo no Salão Automóvel de Genebra. Este modelo combinava alta performance com conforto, oferecendo um design clássico de coupé de duas portas e quatro lugares com linhas elegantes, detalhes cromados, e uma presença tão elegante quanto poderosa na estrada.
O GranTurismo estreou-se com um motor V8 de 4,2 litros e 405cv, naturalmente aspirado, associado a uma transmissão automática. Foi produzido durante 12 anos, e, para além da versão GranCabrio, lançada em 2009, foram desenvolvidas variantes com novas características, tais como um aumento da cilindrada do motor para 4,7 litros, e da potência para 460cv. Algumas versões incluíam uma caixa de velocidades robotizada, com a embraiagem no eixo traseiro.
Em 2022, a Maserati anunciou a segunda geração do GranTurismo, que entrou em produção em 2023. Este novo modelo melhorou em todos os aspectos em termos de design, conforto, tecnologia e performance.
O Maserati GranTurismo de 2023 está disponível em versões a gasolina com tracção integral, e com o motor Nettuno V6 Biturbo de 3,0 litros, que debita 490cv na versão Modena, e 550cv na Trofeo. Com os olhos postos no futuro, a marca do Tridente atingiu o auge da inovação com o desenvolvimento de uma versão 100% eléctrica do modelo, que se tornou o primeiro grand tourer eléctrico da Maserati. Graças aos seus três motores, um à frente e dois atrás, o GranTurismo Folgore garante uma desportividade digna de um modelo da Maserati, com uma potência total de 761cv.

Para celebrar o 110º aniversário da marca, a Maserati lançou uma série especial do GranTurismo, limitada ao mesmo número de unidades que a idade da casa do Tridente, tornando-se na derradeira ponte entre o passado, o presente e o futuro da marca. Esta série está disponível em duas configurações de 55 unidades cada: a primeira na cor Rame Folgore e a segunda na exclusiva Blu Inchostro, ambas com detalhes específicos, jantes exclusivas com detalhes em preto e cobre, e os característicos bancos Econyl em ganga ou preto, com costuras em cobre ou azul.
Grecale
Em 2016, a Maserati entrou no competitivo mercado dos SUV premium com o Maserati Levante, que lançou as bases para a expansão da marca neste segmento. O Maserati Grecale seria lançado em 2022, enquanto SUV de luxo que combina versatilidade, elegância, performance e inovação.

O Maserati Grecale está disponível na versão GT, equipada com um motor semi-híbrido de quatro cilindros, capaz de desenvolver 300cv; na variante Modena, que monta um motor semi-híbrido de quatro cilindros e 330cv; e na variante Trofeo, a mais orientada da família para a performance, equipada com um motor V6 de 530cv. O Maserati Grecale Folgore é a mais recente adição à gama, uma versão totalmente eléctrica, com uma potência de 410kW, e a capacidade de cumprir os 0-100 km/h em apenas 4,1 segundos.
Imagens: Maserati