Clássicos • 14 Fev 2017

Hoje em dia, as equipas que participam nas 24 Horas de Le Mans têm à disposição infraestruturas de luxo, à altura da dimensão mundial do evento. Mas, no início dos anos 50, o cenário era bem diferente, e quando a recém criada marca Porsche decidiu participar na mais famosa prova de resistência, em 1951, precisava de um local no qual poderia preparar os seus 356 SL, que neste caso foi Teloché.
E foi precisamente Auguste Veuillet, o icónico piloto 356 nº46, quem encontrou um pequeno espaço numa oficina, em Teloché, uma pequena localidade situada perto de Mulsanne. A proximidade com o circuito permitia que os automóveis de corrida fossem directamente até ao circuito, pela estrada, sem precisar de um camião para os transportar.
Mas numa altura em que a memória da ocupação alemã ainda estava bem presente, a chegada da equipa de Estugarda não era vista com bons olhos pela população local (ironicamente, a oficina situava-se na rua 8 Maio, em referência ao 8 de Maio de 1945 que marcou o fim da Segunda Guerra Mundial).
Tudo mudou no dia 24 de Junho de 1951, com a vitória da dupla Veuillet/Mouche na categoria 1100cc a conseguir a 20º na classificação geral. A localidade passou a ter orgulho em receber uma equipa vencedora como a Porsche, e fê-lo ao longo de 30 anos seguidos, até a chegada do Grupo C exigir outro tipo de instalações.