Clássicos • 17 Nov 2023

O Alfa Romeo Giulietta SZ nasceu quase que por acidente, ou melhor… foi mesmo devido a um infortúnio. Tudo começou quando, nas Mille Miglia de 1956, Dore Leto di Priolo teve um grande acidente com o seu Giulietta Sprint Veloce. Porém, ao invés de o reconstruir com uma forma igual àquela com que saiu da fábrica de Arese, di Priolo levou-o até à Zagato para esta o transformar, com uma carroçaria mais leve e mais aerodinâmica, nascendo assim o Giulietta SVZ.
A subestrutura tubular em aço foientão coberta por painéis de alumínio, de forma a reduzir o peso para menos de 800 kg. O motor de quatro cilindros, construído em alumínio, com duas árvores de cames à cabeça, dois carburadores duplos Weber e 1,3L de cilindrada, desenvolvia 100cv às 6.500rpm, potência mais do que suficiente para o peso da viatura.
O resultado final foi uma completa obra de arte, e vários foram os proprietários de Giulietta Sprint Veloce que pediram à Zagato para efectuar o mesmo tratamento. Após a produção de 18 automóveis, a Alfa Romeo viu o sucesso que estava a ter e contratou a Zagato para a produção dos Giulietta SZ em números limitados, com base nos chassis e mecânica do Giulietta Sprint Speciale. A designação SZ significa precisamente Sprint Zagato e o desenho esteve a cargo de Ercole Spada. Além da leveza da sua carroçaria em alumínio, o SZ tinha ainda janelas em acrílico, bancos mais leves e somente três mostradores no painel de instrumentos, tudo para reduzir o peso ao máximo. A versão final de produção foi apresentada no Salão de Genebra de 1960.
No total, terão sido construídos 217 exemplares. Os últimos, cerca de 30 ou 46 dependendo da fonte, foram produzidos com uma carroçaria mais longa, conhecidos então por Coda Tronca, enquanto que os restantes exemplares são conhecidos por Coda Tonda.
O Alfa Romeo Giulietta SZ foi um modelo que conheceu bastante sucesso na competição, com vários pilotos a utilizarem-no para tal, uma vez que era esse o objectivo da construção deste automóvel. Presente neste artigo está um exemplar de 1960, que conta com um historial que não foi excepção, sendo escolhido para competir na Targa Florio de 1961 e 1963, sendo ainda utilizado em diversas provas de montanha em Itália, durante o mesmo período.
Saiu da fábrica de Milão a 21 de Julho de 1960, pintado na cor Bianco, e foi propriedade do piloto Ignazio Giunti, que competiu com este Giulietta SZ em diversas provas, antes de se juntar à Scuderia Ferrari.
Após passar vários anos na colecção privada de Jody Scheckter, que o adquiriu em 2015 e o restaurou nas mesmas especificações do Targa Florio de 1961, este Giulietta SZ foi levado a leilão, através de um evento organizado pela RM Sotheby’s no Mónaco nos passados dias 10 e 11 de Maio, sendo vendido por 224.250 euros.