O Porsche 935 que levou o extremo ao limite

O Porsche 935 foi um automóvel de competição, desenvolvido pela marca germânica segundo as regras do Grupo 5, com base no 930, o primeiro 911 Turbo. Era uma evolução do anterior 911 Carrera RSR e foi introduzido na competição em 1976, como preparação para o Campeonato de Marcas de 1977.

Além desse campeonato, a Porsche também forneceu o 935 a equipas privadas, para competir no IMSA e no DRM. Venceu logo as 24 Horas de Le Mans à geral, em 1979, assim como as mais importantes provas de resistência do campeonato do mundo. Poucas eram as marcas que conseguiam combater com o 935, não só pelas suas prestações, mas também pelo elevado número de exemplares a competir.

O design do 935 esteve ao encargo de Norbert Singer, com os primeiros exemplares a terem um desenho semelhante ao 911 mas, posteriormente, a frente foi alterada para melhorar a aerodinâmica, visto que só era obrigatório preservar a zona central do automóvel igual ao homólogo de estrada.

O motor de seis cilindros boxer utilizado foi desenvolvido especificamente para o 935, tendo mesmo o código Type 935: inicialmente com três litros de cilindrada, passando para os 3,3 litros posteriormente, e equipado com dois turbos e injecção mecânica de combustível, podia atingir uma potência de 857cv. Acoplado ao motor está uma caixa manual de quatro velocidades, e o peso total do 935 situa-se nos 970 kg.

Em 1982 o Porsche 935 deixou de ser tão competitivo, uma vez que a marca germânica já tinha terminado a produção do modelo em 1979. No entanto, como havia um elevado número de exemplares ainda a competir, a Porsche deixou as equipas privadas desenvolver o 935, nascendo exemplares únicos, mais extremos e diferentes dos modelos originais.

O piloto Bob Akin queria competir para vencer e para isso tinha de ter uma máquina capaz, encomendando a Chuck Gaa da Gaaco um “super” 935 e, para melhorar a aerodinâmica e aumentar a velocidade de ponta, a frente foi completamente alterada, sendo-lhe aplicada uma retirada do Lola T600 GTP. O chassis monocoque em alumínio foi construído com a melhor tecnologia disponível na época, que combinava com a mecânica fiável do 935.

O motor de seis cilindros opostos com turbo que equipa este 935 de Bob Akin tem 3,2L de cilindrada e é capaz de debitar uma potência superior aos 800cv, um valor astronómico ainda aos dias de hoje.

Nas 24h de Le Mans de 1982 este 935 provou as suas premissas, ao ter uma velocidade de ponta muito superior à dos seus rivais. No entanto, devido a um problema no depósito de combustível, a equipa composta por Bob Akin, David Cowart e Kemper Miller teve de abandonar ao final de duas horas.

O 935 regressou aos EUA para competir na restante temporada do IMSA, onde Bob fazia equipa com Derek Bell, com alguns resultados bons, mas não conseguiu nenhuma vitória. Este 935 não voltou a competir e ficou nas instalações de Bob até 1999, altura em que foi adquirido por Jacques Rivard, que o submeteu a um profundo restauro.

Actualmente, este Porsche 935 único encontra-se à venda na Canepa, sem ser conhecido o seu valor.