Os últimos dias da Lotus – O Fim

Competição 17 Nov 2024

Os últimos dias da Lotus – O Fim

Por Paulo Alexandre Teixeira

Apesar de, em 2010, ter havido duas (!) equipas Lotus – uma fundada por Tony Fernandes, com a participação da Proton, que detinha a marca para a sua divisão automóvel, e uma Team Lotus, gerida por Gerard Lopez e montada depois de terem sido comprados os bens da Renault, que continuaria até 2012, com Kimi Räikkönen e duas vitórias -, muitos afirmam que esses não são, de forma alguma, herdeiros da equipa fundada por Chapman, mas sim um conjunto de pessoas que aproveitou uma marca que chamaria a atenção de milhões de fãs órfãos da marca desde 1994 e que, claro, atrairia dinheiro para marca. Hoje em dia, dessas “Lotus” de 2010, uma virou Caterham e já não existe, e a outra é a actual Alpine.

A Lotus marcou uma época. Muitas inovações aerodinâmicas se devem ao génio de Chapman, que tinha tanto de genial como de diabólico, que namorou com o perigo, como um viciado em adrenalina que era. Contudo, o seu súbito desaparecimento coincidiu com aquilo que poderia ter sido a sua queda do pedestal: se tivesse sobrevivido acabaria, inevitavelmente, numa prisão, a pagar pelos crimes de DeLorean, e se calhar, a sua amada equipa teria sido vendida, e não teria escapado ao destino que veio a ter.

Contudo, os tempos finais foram uma questão de más apostas. Depois de 1990, procuraram por soluções simples que a colocaram onde queriam, no meio da tabela. A troca para os Mugen-Honda seria, no entanto, fatal. Um monolugar potente, mas pesado, não era a melhor escolha, e os eventos de Monza mais parecem a face do desespero que um golpe de sorte.

Caso tivessem ficado com os Ford HB, que tiveram em 1992 e 93, teriam pontuado e permanecido nos dez primeiros da geral, e se calhar, teriam ganho mais algumas temporadas de existência, até serem resgatados por mãos capazes que aproveitariam um nome mítico na história da Fórmula 1. Muito provavelmente, poderia estar no actual pelotão e, nesse caso, seria a segunda equipa mais antiga, apenas atrás da eterna Ferrari, e a mais antiga da Grã-Bretanha.

Quem sabe, não seria a equipa que Lawerence Stroll teria sob o seu cuidado por estes dias, em vez da Aston Martin. Quem sabe.

Classificados

Siga-nos nas Redes Sociais

FacebookInstagramYoutube