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Poucas empresas têm um catálogo tão rico como a Zagato e ainda menos as que ainda existem nos dias de hoje. Numa altura em que a grande maioria de empresas italianas dedicadas ao design e construção automóvel estavam numa situação mais frágil, esta carroceira italiana continuou a preservar e tem criado automóveis ao longo de mais de um século.
Reunimos uma lista de automóveis que devemos a esta famosa e reconhecida carroceira.
Seria difícil rotular este trabalho único e de grande beleza mas não foi elaborado sem alguma influência. Construído de 1992 a 1993, o TZ93, que se assemelhava com o design do Ercole Spada, não tinha elementos estilísticos do automóvel em que se baseou, o Testarossa da Pininfarina
As aberturas laterais, típicas do Testarossa, não foram implementadas neste modelo, a secção central apresentava uma “cintura” pronunciada, mas a parte realmente controversa foi a frente do automóvel. O grau pronunciado e as entradas de ar, na parte frontal do veículo, imitavam o contorno frontal de outro automóvel, o Tyrrell 019 F1.
Este veículo não foi muito bem visto na altura mas, posteriormente, as sugestões de estilo foram utilizadas em muitos supercarros como, por exemplo, o Ferrari Enzo.
O Fiat 8V, ou como era conhecido, “Otto Vu”, foi um design inesperado para a marca que, na altura, não concebia veículos exóticos. No entanto, o GT de oito cilindros serviu o seu propósito de ser o automóvel estrela da marca. A Zagato fez o primeiro esboço para este veículo em 1952 e um ano depois criou a versão Barchetta.
Com um ar de previsibilidade, nunca existiram dois Zagato 8V iguais. A frente e a traseira, a nível de design variavam em alguns detalhes, enquanto que alguns automóveis ostentavam um tejadilho “dupla bolha”.
O primeiro projecto do Giulietta, desenhado pela Zagato, foi apresentado, em 1960, no Salão Automóvel de Genebra como um design oficial da Alfa Romeo. No entanto, variações do mesmo modelo já estavam em construção há cerca de quatro anos e durante esse período já tinha acumulado prémios em vários eventos de automobilismo.
O Giulietta SS, desenhado por Franco Scaglione, e construido por Bertone, foi criado como o modelo de competição. No entanto, provou ser muito pesado e pouco competitivo. Por outro lado, o Sprint Zagato fez tanto sucesso que a Alfa Romeo se viu obrigada a acrescentá-lo ao seu catálogo. A marca de Milão apresentou em 1961, a versão Kamm-tail ou “Coda Tronca”, mais longa, mais baixa e mais larga.
A Zagato e a Aston Martin têm usufruído de uma relação benéfica para ambas as partes, há mais de 60 anos. Apesar de nem todos os modelos da Zagato-Aston tenham sido realmente elaborados pela marca italiana.
A carroçaria do DB4, que estabeleceu as linhas base do modelo, representou a epítome de estilo da altura, mesmo que a natureza da construção desta empresa se assegura-se que cada automóvel fosse diferente, a nível dos detalhes.
Na altura, havia grandes nomes que eram proprietários deste modelo desde Stirling Moss, a Bruce McLaren e ao lendário Jim Clark.
A relação entre a Maserati e a Zagato antecede a Segunda Guerra Mundial e continua até aos dias de hoje. Um dos exemplares mais bonitos a que esta colaboração deu origem surgiu em meados dos anos 50. Ao contrário de outros A6G/54, o desing da Zagato era claramente inspirada em modelos de corrida.
Excepto um modelo Siper, eram todos GTs com carroçarias fechadas, com grandes diferenças a nível de detalhe. Alguns apresentavam arcos traseiros ligeiramente alargados, outros eram mais largos e com janelas traseiras maiores. Dos 60 modelos exóticos do A6G/54, fabricados entre 1954 e 1956, 21 foram fabricados pela Zagato.
Este automóvel é considerado por muitos um dos mais bonitos desportivos alguma vez construído e representa a culminar de experiências adquiridas através do modelo SZ. O modelo apresentava um chassis tubular feito sobre medida, uma caixa de velocidade do Giulia, série 105, e um esboço por parte de Ercole Spada. O design tinha sido inspirado a partir de um Abarth que nunca chegou a ser produzido.
O TZ1 é um modelo com um palmarés invejável, arrebatou o seu primeiro prémio em Monza, em Outubro de 1963, e ganhou a classe no ano seguinte. Ganhou outros prémios em competições importantes como é o caso de Le Mans, os 1000 Km de Nürburgring e a Targa Florio, para não mencionar as inúmeras corridas de sprint das quais saiu vencedor.
Os anos 80 não foram os melhores para a empresa Zagato, no entanto, a aparição do Hyena no Salão Automóvel de Bruxelas, em 1992, representou o regresso do sucesso da marca italiana. Encomendado e concebido pelo holandês Paul Koot, um notável coleccionador da Lancia, esta máquina foi baseada no Delta Integrale. O automóvel apresentava o emblema e a grelha oficial da Lancia depois da empresa mãe, a Fiat, ter dado autorização.
No entanto, Koot foi obrigado a adquirir exemplares completos do Integrales a revendedores para actuarem como doadores dste projecto. Esse facto fez com que o custo final aumentasse exponencialmente e por isso, em 1993, o projecto foi cancelado. Foram concluídos apenas 25 exemplares.
Talvez esta escolha seja um pouco controversa tendo em conta que este automóvel, na realidade, não é um verdadeiro Alfa Romeo embora o nome possa gerar alguma confusão. Começou a haver conversações a cerca de um TZ3 desde meados dos anos 90. O único TZ3 Corsa foi concluído em 2010 e era um Gillett Vertigo redesenhado.
O Stradale, em contraste, chegou um ano mais tarde e era consideravelmente maior. Isto porque por baixo dos contornos do desenho de Norihiko Harada, estavam os pontos de contacto de um Dodge Viper ACR-X, além de um motor V10. No entanto, este automóvel não foi recebido muito bem pelos Alfistas. Acredita-se que tenham sido construídos nove automóveis.
Projectado por Ercole Spada, o futuro Director de Design da BMW, este é outro modelo oficial da serie 105 da Alfa Romeo. A sua forma alongada não foi aceite universalmente quando foi revelado pela primeira vez em 1969. Como Spada costuma afirmar, os seus projectos tendem a ser apreciados em retrospectiva e se são apreciados no momento ele fica nervoso.
Este automóvel podia equipado com um motor de 1.3 ou de 1.6 litros. O leve Junior Zagato continua a ser um automóvel incrível.
Existem uma multitude de automóveis Ferrari com a mão da Zagato, desde modelos sublimes até alguns ligeiramente bizarros, o 250GTZ de 1957 talvez pertença à última categoria. O design deve-se a Fabio Luigi Rapi, mais conhecido por ser o responsável por criar o 8V da Fiat.
Foram construídos apenas cinco automóveis, no final dos anos 50, sendo que o primeiro é considerado o mais bonito. No entanto, como é comum no que toca a este assunto, mais alguns exemplares surgiram entretanto.
Embora inesperado a Zagato também foi responsável pela carroçaria de um Land Rover. Em 1967, apresentado no Salão Internacional Automóvel do Reino Unido, o TCZ ecoou o estilo, já estabelecido pela Zagato, do Director de Design Ercole Spada. Baseado num Rover P6 2000S de 1965, equipado com um motor experimental do 2000TC, apareceu mais curto, com uma diminuição de 30mm na distancia entre os eixos, 20mm mais largo e 13mm mais baixo.
A dúvida para os historiadores é se a Rover esteve ou não envolvida no projecto. Dado que foi baseado num chassis que estava em fase de desenvolvimento tudo aponta para que sim. De qualquer forma, apenas um exemplar foi feito.
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