Arquivos • 19 Out 2024

Arquivos • 03 Nov 2024
Quando a Aston Martin decidiu apostar nas provas de Drag
Ver uma marca de automóveis a apostar em provas de Drag, ou de Arranque como são conhecidas em Portugal, não é normal, muito menos quando a marca é a Aston Martin. É algo esquecido por quase todos os entusiastas, mesmo aqueles que adoram a marca e tudo começou com uma história de amor, mas vamos por partes.
Nos anos 90 a Aston Martin produzia os automóveis mais potentes e rápidos que se poderiam adquirir, graças aos seus motores V8 com dois compressores. Isto eram os anos 90, uma década que continuava a ser um pouco de loucura, apesar de já não ser tão extrema como a década anterior.
Mas foi também nesta época que a Aston Martin apoiou oficialmente um projecto para construir um automóvel para competir em provas de Arranques. Decorria o ano de 1993, quando Al O’Connor, um piloto de Drag Racing, tinha uma relação com uma mulher que trabalhava na época na Aston Martin. A ideia seria construir um automóvel que demonstrasse o poder do motor V8 da Aston Martin, utilizando uma carroçaria de um V8 Vantage protótipo. A Aston Martin aceitou e enviou a carroçaria para a Hauser Racing, onde Geof Hauser reconstruiu por completo o chassis. Infelizmente, a relação entre O’Conner e a mulher acabou e cada um seguiu o seu caminho, sendo que nessa altura o projecto ficou por ali.
Mas, felizmente, o projecto não morreu aí. O automóvel foi adquirido e levado para outra empresa para o finalizar. Acabou por participar em várias provas e, quando o piloto se reformou, o automóvel foi guardado na sala de casa. Mark Todd acabou por o adquirir e fez alguns melhoramentos, tornando-o mais leve e mais rápido, continuando a competir até aos dias de hoje.
O motor V8 desenvolve 2800cv, com a ajuda de um turbo. Com essa potência ele atinge os 321km/h e faz o quarto de milha em seis segundos. O melhor de tudo é que está legal para circular na via pública, apesar de não ser muito hábil nesse aspecto. Grande parte da carroçaria original do Vantage mantém-se, exceptuando a frente em fibra de vidro que substituiu a de alumínio, que se encontra guardada.
Uma história pouco conhecida e espetacular, que não se compara com nada feito pela Aston Martin em toda a sua história.