Vai a leilão o Ferrari 248 F1 pilotado por Michael Schumacher

Clássicos 29 Out 2024

Vai a leilão o Ferrari 248 F1 pilotado por Michael Schumacher

O Ferrari 248 F1 foi a “arma” concebida pela Scuderia Ferrari para atacar a temporada de 2006 do Campeonato do Mundo de Fórmula 1, tendo sido desenvolvido sob a supervisão de Ross Brawn e desenhado por Aldo Costa. Foi pilotado por Michael Schumacher e Filipe Massa, que obtiveram nove vitórias, chegando ao final da temporada com a equipa na segunda posição do campeonato, atrás da Renault.

O seu chassis é produzido em fibra de carbono com estrutura em favo de mel e como, é apanágio da disciplina, utiliza suspensão independente nas quatro rodas com sistema push-rod, sendo o último Ferrari a utilizar tecnologia single keel. O peso total do 248 F1 fixa-se em apenas 600kg.

O motor Tipo 056-2006 utilizado no 248 F1 – tal como o nome indica, uma vez que segue a linhagem dos modelos dos anos 50 e 60 -, é um V8 de 2,4L de cilindrada, naturalmente aspirado, que desenvolve 796cv às 19000rpm, e está acoplado a uma caixa de sete velocidades.

Como curiosidade, o 248 F1 foi o primeiro Ferrari de Fórmula 1 desde o F1-2000 a não utilizar o número 1, uma vez que os pilotos da Scuderia Ferrari não eram nenhum deles detentor do título de campeão do mundo do ano anterior; de facto, o grande vencedor da temporada de 2005 tinha sido Fernando Alonso, piloto que no fim-de-semana passado, no GP do México vencido pelo seu conterrâneo Carlos Sainz, alcançou o impressionante número de 400 Grandes Prémios disputados na sua carreira.

De regresso ao 248 F1, este foi também o último a ser patrocinado pela Vodafone, antes desta partir para a McLaren-Mercedes no ano seguinte. Além disso, a Scuderia Ferrari, que era patrocinada pela sua sempre fiel Marlboro, utilizou apenas de forma explícita o seu logotipo nos Grande Prémios do Bahrain, Malásia, Austrália, Mónaco, China e Japão, locais onde não vigorava a proibição do patrocínio de tabaqueiras.

O Ferrari 248 F1 viveu também um raro acontecimento na sua história, uma vez que foi utilizado em toda a temporada de 2006, desde o primeiro Grande Prémio até ao último, algo que não é comum acontecer, uma vez que, na época, era comum a abertura da temporada ser feita ainda com a base de monolugares da época anterior. No entanto, em 2006 assistimos à introdução dos novos motores V8, não podendo ser utilizados os anteriores V10. Foi também o último Ferrari conduzido por Michael Schumacher, uma vez que ele retirar-se-ia da modalidade no final da temporada, voltando apenas em 2010 para a então regressada Mercedes-Benz.

No presente artigo deparamo-nos, assim, com um dos automóveis mais importantes na brilhantíssima carreira de Michael Schumacher, tendo com ele ao volante obtido cinco vitórias, precisamente com este chassis #254. Essas vitórias foram alcançadas nos Grande Prémios de San Marino, da Europa, dos EUA, de França e da Alemanha.

Este 248 F1 foi o quinto de oito chassis construídos e foi para a pista pela primeira vez a 6 de Abril de 2006, no Autodromo Vallelunga, pelas mãos de Luca Badoer. Foi ainda utilizado para testes por ambos os pilotos da Scuderia Ferrari e, quando foi estreado num Grande Prémio, em Imola, já tinha percorrido 3900km. Foi ainda neste Grande Prémio que Schumacher igualou Ayrton Senna no número de vitórias alcançadas, num momento que permaneceu para a posteridade. Foi também com este chassis que Schumacher conseguiu a sua última Pole Position e a sua última vitória, em casa, no Grande Prémio da Alemanha.

Após o término da temporada, Schumacher sentou-se aos comandos deste 248 F1 uma última vez, na Finali Mondiali, em Monza, a 29 de Outubro de 2006. Em Janeiro de 2007 este mesmo 248 F1 foi utilizado por Kimi Räikkönen durante quatro dias de testes, uma vez que o piloto transitou para a Scuderia Ferrari, em substituição do multicampeão alemão.

Foi adquirido à própria Scuderia Ferrari em Dezembro de 2007 pelo actual proprietário, sendo certificado pela Ferrari Classiche logo em 2008, permanecendo deste então na sua colecção.

Irá a leilão através da RM Sotheby’s num evento fechado com início no próximo dia 14 de Novembro, sem haver uma estimativa de valor de venda. Certamente irá ultrapassar os sete dígitos, tornando-se desde logo um dos mais caros Fórmula 1 de sempre – se não o mais caro.

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