Arquivos • 21 Set 2024
Quando o Mazda MX-5 se transforma num desportivo britânico dos anos 60
O Mazda MX-5 é, sem dúvida, um desportivo icónico, que marcou uma época e que fez renascer um segmento que estava adormecido, sendo também o sucessor espiritual dos pequenos desportivos britânicos dos anos 50 e 60, também conhecido na América do Norte por MX-5 Miata e por Mazda/Eunos Roadster no Japão. Foi apresentado ao público em 1989, no Salão de Chicago e, desde então tem cultivado uma enorme legião de fãs, um pouco por todo o mundo. Resumidamente, é o automóvel descapotável de dois lugares mais vendido da história automóvel.
A segunda geração, conhecida por NB, apresentada no Salão de Tokyo de 1997 e lançada em 1998, após um atraso na produção, marcou o fim dos faróis escamoteáveis, que caracterizaram a primeira geração, isto porque esse tipo de faróis não passava nos testes de segurança em caso de atropelamento. Mas continuou a ter um design feliz, nomeadamente a frente, com o seu “sorriso” de farol a farol, design este que foi concebido por Tom Matano e baseado no protótipo apresentado em 1995 no Salão de Chicago, o Mazda M Speedster. O design não foi radicalmente alterado, mas sim mantido de forma simplista, como o MX-5 o é e, apesar de se verem muitas semelhanças, a verdade é que cada painel é diferente.
Em relação à geração anterior é um bocadinho mais largo e ficou mais aerodinâmico com um Cx de 0.36. Atrás, passou a contar com a janela traseira em vidro, ao contrário da primeira geração e um deflector de vento. Os farolins são praticamente idênticos aos do modelo anterior, mas com um desenho interior diferente. As barras estabilizadoras também são maiores. O interior tem mais espaço para os ocupantes, podendo vir com bancos em pele, volante Nardi, o painel de instrumentos tem fundo azulado e passou a vir de série com airbag para o condutor e passageiro. Como opcional, poder-se-ia ainda adquirir um hardtop na cor da carroçaria, para os dias de inverno.
Os motores disponíveis eram todos de quatro cilindros e começava no B6-ZE de 1.6L de capacidade DOHC e 16 válvulas, que debitava 108 cv às 6500 rpm e 134 Nm às 5000 rpm. O mais potente era o motor BP-4W de 1.8L (quase a ser considerado 1.9L, pois tinha 1840 cc), com 16 válvulas e dupla árvore de cames à cabeça e que passava a debitar 140 cv às 6500 rpm e 162 Nm de binário às 5000 rpm. Isto porque a taxa de compressão aumentou para os 9,5:1, devido ao novo desenho dos pistões, que agora são forjados, assim como as bielas. As touches de admissão são diferentes e tem cames mais agressivas.
Nesta geração foi também introduzido o VICS (Variable Intake Control System), onde tem dois canais para a admissão, o mais longo, com uma borboleta, que faz aumentar a pressão no seu interior, de modo a ter melhor resposta a baixas rotações e que muda para o canal mais curto e de fluxo livre, para a máxima aspiração. Isto melhora a potência e o binário, durante toda a faixa de rotação, assim como melhora a eficiência de combustível. Acoplado a estes motores está uma caixa de cinco velocidades manual de curso curto e muito bem escalonada. O ABS era um elemento opcional.
Em 2001, o Mazda MX-5 NB recebe um ligeiro facelift. Nesta actualização, os faróis contêm agora “olho de boi”, os para-choques da frente são diferentes e os faróis de nevoeiro passam a ser de série. No interior o painel de instrumentos recebe um fundo branco, com ponteiros vermelhos, um novo volante e novos bancos, com maior suporte lateral, nova consola central, aros cromados, entre outros pormenores.
O chassis foi reforçado, tendo ganho 16% de rigidez de flexão e 22% na rigidez torsional. O motor 1.6L passou a debitar 110 cv e o motor 1.8L foi completamente revisto, tendo um novo código (BP-Z3) que passa agora a contar com variação sequencial no tempo de abertura das válvulas de admissão, o sistema S-VT. Com isso a potência aumenta para os 146 cv e o binário para os 168 Nm. Em 2005 entra a terceira geração do MX-5, o NC, terminando assim a produção do MX-5 NB. Durante todo o seu tempo de produção o MX-5 contou com diversas edições especiais, tal como aconteceu na geração anterior e nas seguintes, mas esse tema será abordado noutro artigo.
O que contribui para uma boa condução é o facto de ter uma distribuição de peso praticamente 50/50, suspensão independente nas quatro rodas de triângulos sobrepostos e um baixo centro de gravidade.
No equipamento de topo, o Sport, vinha com jantes Enkei de 15” de cinco raios com pneus 195/50 R15. Trazia também um diferencial autoblocante Torsen, travões maiores, molas e amortecedores específicos da Bilstein e após o facelift vinha com caixa de 6 velocidades, jantes 16” com pneus 205/45R16 e reforços extra no chassis. Opcionalmente, poder-se-ia incluir ainda uma barra AA na frente Tudo isto para tornar o modelo ainda mais divertido de se conduzir.
Em conclusão, o Mazda MX-5 é um modelo marcante na história automóvel que ainda hoje surpreende e que é de grande sucesso para a Mazda, tanto é que a quarta geração perpetua, enquanto recordamos esta segunda, um legado único que nos relembra ainda existir um lugar especial para um automóvel assim, em plena comunhão com o seu condutor.
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