Nissan Skyline GT-R Nismo Z-Tune, o aperfeiçoamento da perfeição

O Nissan Skyline GT-R é um dos automóveis mais magistrais vindos do Japão e dispensa qualquer introdução. Foi um coupé produzido com a melhor tecnologia que a Nissan tinha na época, sendo constantemente melhorado com versões mais apimentadas, estando disponível exclusivamente no mercado doméstico. Quando a tudo isto se junta o departamento de competição da marca, conhecido por Nismo (de Nissan Motorsport), o automóvel sobe mais um conjunto de patamares.

No entanto, nunca é demais recordar a sua história. Em 1989 um ícone da indústria automóvel estava de volta e esse era o Nissan Skyline GT-R. Após mais de 16 anos fora dos catálogos da marca, o Skyline GT-R era agora um automóvel com mais tecnologia e tinha como destino o domínio das pistas, contando para isso igualmente com o intuito de ser homologado na categoria de Grupo A.

Estava agora equipado com tracção integral, com um sistema desenvolvido com foco na pista, denominado ATTESA E-TS. O motor é o icónico RB26DETT, um motor de seis cilindros em linha, 2,6 litros de cilindrada, duas árvores de cames à cabeça, 24 válvulas e dois turbos, de modo a desenvolver (supostamente) 280cv às 6800rpm, limitados pelo “acordo de cavalheiros” dos construtores nipónicos.

Em 1999 é lançada a quinta e última geração do Skyline GT-R, conhecida pelo seu código interno BNR34, que se manteve em produção até 2002, ainda que o legado continue até aos dias de hoje com o Nissan GT-R, agora como modelo próprio. Esta última geração tinha tudo o que de melhor havia na época, no que a mecânica e tecnologia diz respeito.

Decorria o ano de 2002 quando a Nissan dizia adeus ao seu icónico modelo. Porém, a Nismo achava que ainda havia mais a melhorar e, com base num Skyline GT-R V-Spec II usado, criou o primeiro protótipo do que seria o Skyline GT-R Nismo Z-Tune em 2003, um projecto que já estava a ser desenvolvido desde 2000, comemorando também assim o seu 20º aniversário.

O motor foi completamente alterado até ao limite, passando a designação a ser RB26DETT Z1 no protótipo e Z2 nos exemplares de “produção”, e tinha por base as alterações efectuadas nos Skyline GT-R que competiram nas 24h de Le Mans e nos que corriam no Super GT, na categoria GT500. A cilindrada passou para os 2,8L e com os turbos IHI melhorados a potência chegava aos 500cv (600cv no protótipo) às 6800rpm e o binário aos 540Nm às 5200rpm. Com isto, o Skyline GT-R Nismo Z-Tune atingia os 100km/h em 3,8 segundos e os 327km/h de velocidade máxima. A rotação máxima do motor fixava-se nas 8000rpm.

O sistema de tracção integral também foi alterado, sendo agora denominado por Nismo Z-Tune ATTESA ET-S. A suspensão foi também modificada, de modo a lidar melhor com a potência, sendo ela fornecida pela Sachs, assim como a travagem Brembo, que contava agora com pinças de seis pistões e discos de 362mm na frente, e pinças de quatro pistões e discos de 355mm na traseira.

Exteriormente, os Skyline GT-R Nismo Z-Tune utilizam peças completamente diferentes da versão tradicional, como os pára-choques e os guarda-lamas frontais, com um desenho inspirado nos Skyline utilizados nas provas de Super GT, com canais de ar completamente funcionais, produzidos em fibra de carbono, assim como o capot R-Tune, o difusor frontal e o spoiler traseiro. O interior não esquece o conforto, com baquets em pele e ar condicionado.

A Nismo teve a aprovação da Nissan para a produção limitada do Skyline GT-R Nismo Z-Tune e assim adquiriu 18 unidades para a transformação, totalizando 19 exemplares construídos. Cada automóvel tinha que ter menos de 30 mil quilómetros e, mesmo assim, eram completamente desmontados até ao último parafuso e toda a carroçaria reforçada. À excepção de um exemplar, todos os restantes 18 foram pintados na cor Z-Tune Silver, uma cor produzida exclusivamente pela Nismo para os Skyline GT-R Z-Tune.

Hoje, estes icónicos automóveis são extremamente raros e quando surgem à venda o valor por eles pedido resulta na soma de uma “pequena” fortuna.