Arquivos • 14 Jun 2012

Esta rubrica é dedicada aos momentos cinematográficos e televisivos nos quais o automóvel é mais do que um mero meio de transporte ou pano de fundo no enquadramento.
Quando a máquina integra o elenco e é tão importante para a história como as restantes personagens.
Pessoalmente o fascínio pelo automóvel e todas as coisas mecânicas revelou-se bastante cedo. Era alimentado muitas das vezes pelas sessões de cinema ao Sábado à tarde (Ferrari 308 do “Caça Polícias”, Porsche Speedster de “48 Horas”, Plymouth Fury em “Christine”) ou pelas cassetes VHS (Aston Martin DB5, V8 Vantage, Lotus Esprit de vários títulos associados a James Bond).
A apreciação pela dupla automóvel e cinema ganhou uma nova importância quando vi a película que hoje analisamos. Foi uma das razões principais da minha transformação de amante de automóveis, para petrolhead fanático, em grande parte graças à introdução. O primeiro impacto que um Lamborghini Miura tem num miúdo com 13 anos. Desafio qualquer um a ver estes primeiros segundos e não ficar completamente rendido.
Além do Miura e do Bulldozer, a máfia italiana mostra o seu bom gosto e discrição escolhendo um Fiat Dino preto como meio de transporte.
De volta ao Reino Unido conhecemos o protagonista principal. Charlie Croker (Michael Caine) a despedir-se dos outros reclusos e como já é habitual nos primeiros cinco minutos de liberdade já se encontra num Daimler roubado ao embaixador paquistanês.
Agora em liberdade Charlie começa por organizar a sua vida, visita o alfaiate, recupera o seu Aston Martin DB4 Volante armazenado durante os dois anos “que passou na Índia a caçar tigres”. E volta a reencontrar-se com velhos conhecidos.
Através da viúva de Roger Beckerman (Rosanno Brazzi) o amigo de longa data que pereceu no acidente nos alpes. Charlie recebe o plano, roubar quatro milhões de dólares em ouro no meio dum engarrafamento em Turim.
O plano era simples, causar um trânsito caótico com a alteração do programa informático que controla todos os semáforos da cidade. Isolar a carrinha de transporte de valores da escolta policial, arrastar a mesma para dentro de uma casa abandonada numa das ruas da cidade, carregar o ouro em três Mini Cooper e efectuar a fuga de Itália pelos Alpes, e dentro de algumas horas o ouro estaria seguro num banco em Genebra. Caso surgisse algum impedimento à concretização do roubo estariam três automóveis potentes a aguardar para uma fuga rápida. Este plano B foi rapidamente destruído quando o grupo entra em Itália.
A parte mais dolorosa da película para um amante de automóveis é quando o DB4 e dois Jaguar E-type tem um final prematuro nas mãos da mafia italiana e o seu bulldozer. O Aston DB4 foi mesmo destruído num dos takes, apesar de na edição final ter sido utilizado um Lancia alterado.
Resta apenas uma opção, ser bem sucedido com plano A.
A fuga ao volante de três Mini Cooper S deu origem a uma das sequências de perseguição mais emblemáticas do cinema, criando o caos nas ruas de Turim tentam escapar aos Alfa Romeo da polícia Italiana…
São cerca de 100 minutos de paisagens magníficas, automóveis icónicos e algum humor Britânico. Um filme perfeito para qualquer entusiasta!