O Ferrari 250 GT/L de Eppie Wietzes

Clássicos 17 Jun 2024

O Ferrari 250 GT/L de Eppie Wietzes

Entre 1962 e 1964 a Ferrari produziu 351 exemplares do modelo 250 GT Berlinetta Lusso, também conhecido por Ferrari 250 GT/L. Tal como o nome indica, este modelo tem um interior maior e mais luxuoso do que o 250 GT Berlinetta, não sendo, por isso, um automóvel de competição para a estrada, como grande parte dos modelos Ferrari da época, apesar de ter bastantes componentes do Ferrari 250 GTO. Mantém, porém, apenas dois lugares, ao contrário do 250 GTE.

O desenho esteve a cargo da Pininfarina, enquanto que a construção dos automóveis era efectuada na Carrozzeria Scaglietti. Este foi também o último modelo da série 250 GT a ser construído.

O chassis tubular produzido em aço era semelhante ao do 250 GTO e era coberto com uma carroçaria também em aço, com portas, capot e tampa da bagageira em alumínio.

Debaixo do capot encontramos o motor Colombo V12 Tipo 168U de 3,0L de cilindrada, que produz 240cv às 7.500rpm e 242Nm de binário às 5.500rpm, desenhado para ser mais suave, daí ter apenas uma árvore de cames em cada bancada de cilindros e três carburadores duplos Weber 36 DCS. Com estas prestações, o Ferrari 250 GT Berlinetta Lusso poderia atingir os 240km/h de velocidade máxima, fazendo com que fosse o automóvel de estrada mais rápido da época. Acoplado ao motor está uma caixa manual de quatro velocidades.

Presente neste artigo está o 236º exemplar produzido do Ferrari 250 GT/L com o chassis número 5381, mantendo-se até hoje com o motor e caixa de velocidades originais. Saiu da Scaglietti em Fevereiro de 1964 com especificação europeia, como o velocímetro em km/h, e pintado na cor Nocciola, com interior em pele Connolly na cor Rosso Vaumol.

Foi vendido logo ao primeiro proprietário em Itália, através do concessionário Garage La Rotunda, em Prato. A história inicial do automóvel está perdida, mas sabe-se que em 1969 foi exportado para os EUA, sendo vendido, em Novembro de 1972, ao piloto Eppie Wietzes, no Canadá, através da Vinko Motors.

Egbert “Eppie” Wietzes foi um piloto canadiano, nascido na Holanda, que competiu na Can-Am, Fórmula 5000 e no Trans-Am, vencendo este último em 1981. Teve também duas incursões na Fórmula 1 nos Grandes Prémios do Canadá de 1967 pela Lotus e em 1974 com um Brabham BT42 alugado, sendo que em ambas teve de desistir por problemas mecânicos. Foi também o condutor do primeiro Safety Car da Fórmula 1 – um Porsche 914 no Grande Prémio do Canadá de 1973 – entrando em pista após a colisão entre François Cevert e Jody Scheckter.

Wietzes manteve o automóvel algum tempo, até o vender em Junho de 1974, passando desde então pelas mãos de diversos coleccionadores. A certa altura foi pintado de preto com interior preto. Algures nos anos 90 a carroçaria foi pintada na cor que apresenta hoje.

Foi vendido num leilão organizado pela RM Sotheby’s entre os dias 31 de Maio e 1 de Junho, em Ontário, no Canadá, para a venda da Dare to Dream Collection, na qual este Ferrari 250 GT/L permanecia desde Setembro de 2013. O seu valor de venda foi de 1,49 milhões de dólares (cerca de 1,37 milhões de euros).

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