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Renault Clio V6: O raio azul
O Renault Clio V6 é um digno sucessor do emblemático 5 Turbo, tendo conseguido, igualmente, entrar na história como um dos hot hatch que causa mais entusiasmo entre os apaixonados por automóveis. A sua receita é simples: um veículo compacto (3.841 mm) para duas pessoas, com um motor possante (2.946 c.c.), montado atrás dos bancos dianteiros e tracção traseira.
Estas premissas fizeram com que a sua concepção em termos de engenharia pouco tenha em comum com o Clio II (que, desde logo, tem o motor à frente e tracção dianteira), em cujo chassis, apesar de tudo, se baseia.
O Clio V6 Renault Sport teve duas versões, baseadas no Clio II, e ambas desenvolvidas pela Tom Walkinshaw Racing (TWR): a Fase 1 (de 2001 a 2003) e a Fase 2 (de 2003 a 2005).
Na Fase 1 (2001), a construção ficou também a cargo da TWR, em Uddevalla, Suécia, ao passo que na Fase 2 (2003) as viaturas foram manufacturadas pela Renault Sport em Dieppe, França.
O propulsor a que os engenheiros da Renault recorreram foi o 3.0 litros com seis cilindros em V a 60º, proveniente do Laguna. No entanto, em vez dos 207 CV presentes no familiar francês, aqui a potência foi aumentada para os 230 CV.
No Clio V6 Fase 2, a potência sobe para os 255 CV às 7.150 rpm, o que colocou, na altura, este hot hatch como o veículo da sua classe mais potente no mercado, superando o Alfa Romeo 147 GTA (250 CV) o Seat León Cupra R (225 CV) e até do VW Golf V R32 (250 CV), este último lançado em 2005.
Na Fase 2, a marca francesa não se cingiu a elevar a capacidade de resposta do motor que se traduzia numa aceleração dos 0-100 km/h em 5,8 segundos. O chassis foi reformulado (com a incorporação de um novo subchassis traseiro), sendo aumentada a distância entre eixos (em 23 mm) e revista a suspensão de modo a tornar o comportamento do modelo mais estável.
Uma curiosidade: nesta Fase 2, os engenheiros da Renault quiseram ter a opinião técnica da Porsche a respeito da melhor forma de extrair mais potência do motor, de aumentar o regime do bloco e de melhorar a dinâmica do conjunto.
De resto, dada a colocação central traseira do motor e a perda dos bancos traseiros, também o espaço atrás tradicionalmente reservado para a bagageira é inexistente, pelo que o espaço para colocar uma pequena mala está à frente, sob o capot, ao estilo da Porsche.
Para uma utilização do Clio V6 no dia-a-dia, os condutores sabiam que tinham de contar com um círculo de viragem desfavorável, cerca de 13 metros, o que exigia manobras mais prolongadas. Isso e o consumo médio anunciado de 12 l/100 Km, o que obrigava a uma ida ao posto de abastecimento a cada 480 Km. Eram, seguramente, “nuances” em face da pura diversão de condução que o Clio V6 proporcionava.
Desta Fase 2 do Clio V6, foram feitos 1.309 exemplares.