Arquivos • 03 Jul 2012

Juha Kankkunen é certamente um exemplo de dupla personalidade: calmo, discreto, reservado, pouco falador… e atrás dum volante transforma-se em lutador incansável com fome de vitória.
Nascido em 1959 na Finlândia, Juha Kankkunen quer seguir as pegadas do seu ídolo Timo Makinen, campeão nacional com um Mini Cooper S em 1965 e cinco anos depois num Ford Escort RS. O ídolo torna-se amigo e figura tutelar do jovem Juha quando este inicia o seu percurso de raliman, igualmente ao volante dum Escort RS, aos 19 anos de idade.
Se a estreia no campeonato do mundo faz-se no rali dos Mil Lagos em 1979, é no rali RAC de 1982 que o piloto finlandês desperta a atenção dos chefes de equipa depois de liderar a sua categoria ao volante dum Opel Manta Grupo 2… antes de ser forçado a desistir devido a uma falha mecânica.
Não importa, Ove Anderson antigo piloto e agora patrão da equipa Toyota gostou do que viu e integra Kankkunen na equipa para disputar alguns ralis do campeonato mundial. Assim, de 1983 a 1985, no auge do Grupo B, Juha Kankkunen realiza autênticas proezas com o Celica de apenas duas rodas motrizes, das quais se destacam as vitórias nos ralis africanos (Safari Rally no Quénia e Rallye Bandama na Costa do Marfim).

Mas para poder lutar pelo título, Kankunnen sabe que a tracção às quatro rodas é imperativa. Assim, transfere-se para a Peugeot, efectuando a sua primeira época completa e… conquistando o seu 1º título mundial com o 205 T16.

Com o fim dos Grupo B a marca francesa deixa o mundial de ralis e Kankkunen passa a ser piloto Lancia na época de 1987, sagrando-se campeão do mundo pela segunda vez consecutiva, feito inédito na altura, ao volante do Delta HF 4WD.

Depois duma vitória no Dakar de 1988 com o Peugeot 205 T16 e uma passagem infrutífera pela Toyota, com um Celica ainda em desenvolvimento, Kankkunen, de volta à Lancia, realiza uma época 1990 encorajadora, alcançando o terceiro título mundial em 1991, ao fim dum duelo épico com Carlos Sainz.
No final da época seguinte, três pilotos podem ser campeões: Juha Kankkunen, Didier Auriol e Carlos Sainz, mas é finalmente o espanhol que leva a melhor e obtém o seu primeiro título mundial.
Para 1993, Kankkunen regressa, uma vez mais, à Toyota, conquistando o seu quarto e último título mundial, enquanto o rival espanhol volta a conduzir um Delta, agora com a equipa Jolly-Club, depois da equipa oficial se ter retirado no fim da época de 91.

Dominado pelo seu colega de equipa, Didier Auriol, em 1994, Kankkunen lidera o campeonato 1995, quando a equipa oficial da Toyota é desqualificada e com a licença suspensa para a época seguinte, por falta de conformidade do turbo. Em 1997, Kankkunen assina pela Ford e, dois anos depois, pela Subaru, com quem vence duas provas (rali da Argentina e Finlândia), terminando a carreira com a Hyundai.
Depois duma carreira cheia de sucesso, em que foi preciso esperar Sébastien Loeb para superar o seu recorde de títulos (tinha sido igualado por Tomi Makkinen em 1999), Juha Kankkunen dedica-se agora à sua academia de pilotos, na sua Finlândia natal, fazendo algumas aparições esporádicas como foi o caso no Dakar de 2005 ou no recorde de velocidade no gelo (331 km/h) ao volante dum Bentley Continental GT em 2007.
