Aston Martin DBS e V8: Supercar aristocrático

Clássicos 07 Abr 2024

Aston Martin DBS e V8: Supercar aristocrático

Por Bruno Machado

DB4, DB5, DB6… Nos anos 60, estes modelos são sinónimos de grande turismo, mas com um touch of class, tipicamente britânico. Pilotos de Fórmula 1, estrelas de rock, monarcas e até um agente secreto de Sua Majestade, todos contribuíram (ainda que involuntariamente) para lhes conferir uma aura muito particular.

 

 

Com a delicada tarefa de suceder a tão prestigiada linhagem, é apresentado, no salão de Londres de 1967, o novo DBS. As linhas da autoria de William Towns, são mais modernas, sem as curvas que caracterizavam os antecessores e devem permitir a colocação do novo motor V8.

 

 

Infelizmente, o prometido V8 não está pronto aquando da apresentação e é com o já conhecido 6 cilindros em linha de 282 cavalos que o DBS começa a sua carreira. Percebendo que uma potência idêntica para um peso em alta é susceptível de afastar os potenciais clientes, é proposto o pack Vantage como extra (sem custo adicional), que permite alcançar cerca de 325 cavalos.

 

 

É só no final de 1969, que o prometido V8 é instalado no DBS. Concebido, uma vez mais, por Tadek Marek, o novo motor de 5.340 cm3 já ultrapassa os 300 cavalos (a potência exacta não é comunicada oficialmente pela Aston Martin), permitindo ao DBS chegar perto dos 260 km/h.

 

 

O ano de 1972, é de grandes mudanças para a Aston Martin, que é vendida por David Brown ao grupo Company Developements Ltd. A evolução do DBS reflecte essas mudanças, desde já com o nome, que perde as iniciais “DB” (de David Brown) para ser agora designado por V8. A frente passa a ter duas ópticas grandes e uma nova grelha. Pouco tempo depois, a Aston Martin decide ir contra a corrente ao substituir a injecção Bosch por quatro carburadores Weber.

 

 

Embora as linhas do AMV8 continuem a seduzir a jet-set mais elegante e sofisticada da época, um cabriolet Volante vem completar a gama em Julho de 1978. No mesmo ano, surgem ainda umas pequenas actualizações em Outubro, que integram uma bossagem do capot mais pronunciada, um discreto aileron na traseira ligeiramente redesenhada e no habitáculo, uns acabamentos em madeira so british. O AM V8 com essas “October Introductions” passa a ser conhecido internamente como “Oscar India”, a partir do alfabeto fonético.

 

 

À semelhança dos modelos anteriores, o AMV8 teve direito à sua versão Vantage, sendo em 1977 que surge, finalmente, a versão (ainda) mais desportiva do modelo, nomeadamente, graças ao aumento dos quatro carburadores duplos Weber, que permitem chegar perto dos 400 cavalos, e mesmo ultrapassá-los com o X-Pack, disponível a partir de 1986, quando o V8 regressa à injecção. Ou seja, acima dos 390 cavalos do Ferrari Testarossa! No final dos anos 80 é substituído pelo Virage.

 

 

O DBS foi o veículo de Lord Brett Sinclair (Roger Moore) na série “The Persuaders!”, e claro, de James Bond, durante a sua célebre estadia em Portugal (“Ao serviço de sua Majestade”). Mais tarde, em 1987, o agente 007 utiliza um V8 em “007 Risco Imediato”, voltando a contar com ele no próximo “No Time to Die” em 2020.

 

 

Mesmo sem ter a notoriedade de um Ferrari, o Aston Martin V8 mostrou ser uma alternativa credível aos supercars de Maranello, opondo à exuberância do italiano, um charme discreto e raro.

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