Clássicos • 15 Mai 2019

O MGB IC-30-30 foi por mim adquirido no stand que, nos anos 80, existia na Rua Arménia (junto à Alfândega do Porto), num ambiente de feliz acaso. De facto, passei lá no meu Triumph Stag, num raro passeio sem incidentes mecânicos e fiquei encantado com o MGB, então de cor vermelho vivo, com um volante de “competição” foleirito, uns bancos amassados, um ar radioso no conjunto e duvidoso no pormenor.
Mas como o “Stag”, que se traduz em português para “veado”, já queria dizer na minha mente “sarilho permanente”, os defeitos de pormenor do MGB eram de somenos. Com alguma incredulidade quanto à resposta, perguntei ao vendedor se aceitava a troca, ela por ela com o Stag e, para minha surpresa, aceitou.
Foi um dia feliz.
De seguida, com o meu filho David em Londres a estudar, que eu visitava amíude para saber como ele estava e para lhe manter na alma o gosto da boa comida através de almoços e jantares nos restaurantes portugueses de Londres, há que visitar a Moss.
Acreditem ou não, de carro – do centro de Londres à Moss, no Sul da cidade, e na ocasião sem GPS – foi preciso meio dia, mas, já naquele tempo havia lá tudo, uma perdição.
Assim, adquiri o que faltava, como um volante original, uma cobertura da culassa e diversas peças que estavam em mau estado. De regresso, foi a pintura de verde escuro que ainda hoje mantém e estofei os bancos com couro de búfalo que um primo me ofereceu, ficando um mimo.
Capota nova, motor impecável, overdrive a funcionar, era uma delícia de automóvel, agradável em viagens, em que muitas vezes a caixa se conseguia bastar apenas com mudanças na entrada em funcionamento do overdrive, controlado por um pequeno interruptor do lado esquerdo.
Este carro, que viajou muito, nunca me deu problemas, apenas prazer.
Passados uns anos surgiu a oportunidade de comprar um Jaguar E, que não se concretizou por ter sido um pouco avarento, o que ainda hoje lamento.
Insatisfeito e apaixonado pela estética do MGA, adquiri um em Barcelos. Isso é outra história.
Entretanto o B foi para boas mãos, um familiar e meu amigo que ainda hoje o desfruta com alegria e saúde. É assim que deve ser.