Arquivos • 09 Jul 2012
O Alfa Romeo T33 de António Peixinho nas 6 Horas de Nova Lisboa que nos explica António Peixinho:
“Fui eu próprio a Milão experimentar um dos carros que a Autodelta tinha para venda. Estava impecável, funcionava perfeitamente, pelo que logo formalizei a encomenda, pagando a totalidade do preço pretendido.
Quando o carro chegou a Angola verificamos que não se tratava do mesmo Alfa 33 que eu tinha testado em Milão, uma vez que o habitáculo era bem mais pequeno (tinha sido feito para Nino Vacarella, que tinha baixa estatura) do que aquele que eu tinha conduzido no teste. A minha posição de condução ficou extremamente desconfortável, com as pernas dobradas e o corpo “torcido”, e isso reflectia-se nos tempos por volta.
Quanto ao motor – e apesar de termos ao nosso serviço, em permanência, um mecânico da Autodelta – o mesmo só trabalhou razoavelmente nas 6 Horas de Nova Lisboa de 1970, que venci, e numa outra corrida no Lobito. O motor teve problemas em todas as outras corridas, pois falhava às sete mil rotações quando era suposto atingir as nove mil rpm sem quaisquer dificuldades. Quando falhava, a única forma de recuperar o seu funcionamento era desligar e voltar a ligar a ignição. Uma trabalheira e um desconforto. Além disso, o carro era “pesado” e difícil de conduzir. E caro. Lembro-me que uma vez tivemos que substituir as 16 velas Bosch (duas velas por cilindro, dupla ignição) e que a “brincadeira” nos custou nada menos que 100 contos, ou seja, o preço de um Alfa Romeo de série naquela época”.
Fotografia: Arquivo Clássicos na Pista – Jornal dos Clássicos
Carro pintado por mim na oficina do meu pai, para a SOCOINA em LUANDA.