Arquivos • 03 Mai 2013
A ARO foi uma fabricante de veículos todo-o-terreno romena, fundada em 1957, mantendo-se em actividade até 2006. O seu nome resulta das palavras Auto Romania e ficou também para a história nacional, por ter dado origem a um automóvel produzido no nosso país, o Portaro, que também tem o seu nome resultante da junção de duas palavras: Portugal e ARO. Estes automóveis estavam equipados com motores Daihatsu.
Além de Portugal, os ARO também foram produzidos em Espanha, dando origem à Hisparo, utilizando igualmente motores Daihatsu e na Itália, através da ACM, equipados com motores Volkswagen. O estado romeno vendeu a sua participação à Cross Lander, para esta investir na marca e a lançar no mercado americano. Mas, ao invés disso, em 2003 a produção automóvel parou e foram vendidas as instalações e ferramentas, algo que fez o estado romeno avançar com uma acção judicial. Em 2006, a Cross Lander fechou, levando à falência a ARO, em Junho desse mesmo ano.
O ARO 10 é um pequeno veículo todo o terreno, lançado em 1980 e produzido até ao fim da marca romena. Utiliza bastantes peças do Dacia 1300 que, por sua vez, é baseado no Renault 12. A inspiração para este automóvel proveio do Renault Rodeo e Citroën Mehari, ou seja, de pequenos veículos de lazer.
Foi vendido no Reino Unido como Dacia Duster e Dacia 10 noutros mercados de exportação. Em Itália, foi produzido pela Ali Ciemme e vendido sob a marca ACM, com alguns pormenores diferentes, como os modelos Ischia, Super Ischia e Enduro x4, todos equipados com o motor de 1,4 litros e 62 cv produzido pela Dacia sob licença da Renault, à excepção do Enduro x4 que equipava com motores de 1,6 litros da Volkswagen, tanto a gasolina como a diesel, com 75 e 54 cv, respectivamente. Com os motores Volkswagen, o ARO 10 era equipado também com um diferencial maior, devido ao maior binário.
Existem vários tipos de carroçarias, como fechada, descapotável e pickup, além de sete motores diferentes e dois tipos de transmissão, às rodas traseiras ou às quatro, sendo que na última a potência era enviada para as rodas da frente quando não estava a ser necessária a tracção total e, além disso, estes exemplares tinham suspensão independente nas quatro rodas. Para além dos motores da produção italiana, o ARO 10 equipou também com outros motores da Dacia de 1,3 e 1,6 litros, com 54 e 72 cv, respectivamente. A motorização mais potente era de origem Daihatsu, de 1,6 litros de cilindrada e 105 cv. A gasóleo existiam ainda três motorizações, todas de 1,9 litros de cilindrada, uma da Peugeot de 68 cv e duas da Renault, com 64 e 92 cv, sendo a última turbo. Acoplado ao motor estavam caixa de quatro ou cinco velocidades manuais. A última evolução do ARO 10 chegou em 1999, com o Super, com uma actualização no seu desenho e utiliza o chassis do ARO 24.
Em 1997 é lançada a versão Spartana, totalmente descapotável e destinada mais ao lazer, com a parte superior em lona, além de um rollbar a meio do automóvel, para aumentar a segurança e a rigidez. O Spartana estava disponível em diferentes motorizações, com os motores 1,4 e 1,6 litros da Dacia, 1,6 litros da Daihatsu e os diesel de 1,9 litros da Renault iguais aos do ARO 10, mas com um motor específico de 1,2 litros e 54 cv da Renault. Acoplado ao motor só estava disponível a caixa de cinco velocidades, que enviava a potência para as rodas traseira ou para as quatro.
Existiu ainda uma versão de competição, baseado no ARO 10, designada ARO Super Rally, com uma largura de vias maior e traseira alterada. A mecânica também deverá ter sido alterada, mas não são conhecidos os dados técnicos.