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Arquivos • 14 Out 2023
O meu clássico: Opel Manta A, a realização de um sonho
Na zona de Aveiro são inúmeros os amantes de clássicos que se dedicam ao restauro das suas máquinas, entre eles está Bruno Ricardo Silva, o “Menino do Manta” como é carinhosamente conhecido entre os amigos tal é a sua paixão por este emblemático modelo da marca alemã e a dedicação e pormenor que eleva o restauro do seu Opel Manta A 1.6 S vitaminado com o motor Opel de dois litros ao nível de excelência.
Abordando este restauro como a realização de um “sonho realista”, diz-nos Bruno Silva:
“Tudo começa nos finais da década de 80 e início de 90, quando o Opel Manta A cinzento do meu pai me fazia querer ser adulto depressa, para o conseguir conduzir e saborear o que do bom tinham os carros dos anos 70.
Apesar de tudo começar com o Manta do meu pai, que infelizmente foi vendido quando eu tinha apenas oito anos, a revolta proveniente e exagerada normal de uma criança que já nessa idade sabia apreciar um bom e bonito automóvel, foi sempre algo que nunca soube explicar muito bem, mas desde então, passou a fazer parte das minhas conversas com os amigos que também partilhavam a paixão por automóveis. Contrariamente ao convencional, o meu carro de sonho não era o habitual Porsche ou Ferrari, era sim o simples e só Opel Manta.
O objectivo foi sempre seguir o sonho, e com isso saber também valorizar as muitas dificuldades normais que sabia que ia encontrar, mas correr atrás do “consegui!”
Comecei esta (que já vai longa) jornada com 23 anos, adquiri aquele que seria o meu Opel Manta para restauro. Embora a meio tenha sido obrigado a adquirir uma carroçaria em melhor estado, vindo esta/este a ser o meu actual Manta, que agora está em fase de montagem.
O processo foi moroso em todas as etapas, tanto pela dificuldade em encontrar material (bom material), tanto pelo sacrifício obrigatório e proveniente de um projecto, como eu lhe chamo, ao parafuso.
O carro foi totalmente desmontado, foi restaurado de chapa por quem sabe o que faz, completamente decapado, seguindo à regra as leis do que para mim são as reconstruções de automóveis clássicos. Todas as peças levaram o mesmo tratamento, onde aqui tudo ou praticamente tudo, foi feito por mim.
A linearidade do restauro foi sempre tendo em vista a qualidade, mesmo que para isso tivesse que fazer as indesejadas mas forçadas paragens de meses, para fazer a carteira “respirar”.
O Manta conta com tudo o que é possível de ter de extras (o que não tem é porque eu não quero colocar, embora tenha em stock), tem também muitos pormenores pessoais e pouco vistos neste modelo, mas que me fez aprimorar um carro que pouco precisa por já ser bastante elegante e distinto.
Retiro muitas coisas deste trabalho. Chamo trabalho porque além de ser uma paixão é na verdade um trabalho de dedicação e persistência, contudo, é difícil de contar numa “curta-metragem”, mas como mais do que ter um belo automóvel, devemos sempre referir que retiramos vários ensinamentos pratico-profissionais, mas essencialmente e pela vivência, adquirimos amizades e vários ensinamentos para a vida.”