Arquivos • 18 Dez 2022

Em 1965 a equipa oficial da Porsche decidiu participar com dois automóveis no Rali de Monte Carlo. Um deles, entregue a Peter Falk e Herbert Linge, foi o recém-homologado modelo 911 que se estreou aqui no mundo da competição. Numa aposta mais ousada mas não desprovida de razão, o outro carro da equipa era um pouco comum Porsche 904 GTS .
Este modelo, com motor central e carroçaria em fibra de vidro, tinha sido pensado para as provas de circuito do Campeonato Internacional de Marcas, tendo provado ser capaz de alcançar excelentes resultados nas 24 Horas de Le Mans.
Para este rali seria entregue ao antigo piloto da Mercedes Eugen Böhringer, acompanhado pelo seu habitual navegador, Rolf Wütterich.
A aposta da Porsche seria bater a concorrência dos ralis com recurso a um “Grande Turismo” de circuito, no caso de a neve estar ausente ou sendo esta pouco intensa.
Mas a edição de 1965 do rali de Monte Carlo iria mesmo ser disputada sobre um belo manto branco, travando as aspirações da Porsche e permitindo que o BMC Mini Cooper S de Timo Makkinen fosse o primeiro entre os 237 inscritos.
Ligeiro e muito fácil de pilotar, com motor e tracção dianteira, o Cooper S era a arma ideal para os troços sinuosos e cobertos de neve, típicos desta prova.
Ainda assim o resultado não foi mau pelos lados da equipa de Zuffenhausen: o novo Porsche 911 iria classificar-se num honroso 5º posto da geral e o “Porsche de Le Mans” de Eugen Böhringer iria conseguir um excelente e de algum modo inesperado segundo lugar da classificação geral.
Curiosamente, apesar de ter sido campeão da Europa de ralis em 1962, Eugen Böhringer nunca conseguiu vencer em Monte Carlo. Mas andou lá perto, sendo esta a terceira vez que o alemão concluiu a prova no segundo lugar absoluto, repetindo o resultado que já alcançara nas edições de 1960 e 1962, então ao volante dos enormes Mercedes 220 SE.
Imagem colorida por Ricardo Grilo