Arquivos • 27 Out 2013

Nos anos 60, os automóveis que ficaram famosos na classe de “Turismo de Série” (Grupo 1) foram os Cortina GT, Austin Cooper S, BMW 2000, Saab 96 e Citroën DS 21. Se estes modelos adquiriram alguma notoriedade, outros caíram no mais absoluto esquecimento.
Um desses casos terá sido o Opel Rekord B que poderíamos considerar à partida o menos provável dos carros de desporto mas que venceu o campeonato da Europa de Ralis em 1966 com o sueco Lillebror Nasenius, um verdadeiro especialista no grande carro familiar de tracção traseira.
Com a homologação do Rekord C 1900 em 1967, Nasenius continuou a senda de bons resultados, começando logo por vencer o Grupo 1 no Rali de Monte Carlo, seguindo-se novo triunfo no Grupo 1 no Rali Kak, na Suécia, a segunda prova a contar para o Europeu da especialidade.
Capaz de compensar a grande dimensão do Opel com a sua pilotagem em constante glissagem, Nasenius era tão espectacular como eficaz.
Na prova seguinte, o rali da Polónia, Nasenius foi batido no Grupo 1 pelo vencedor absoluto, o Porsche 912 oficial de Sobieslaw Zasada. Ainda assim conseguiu um bom segundo posto absoluto (e segundo do Grupo 1).
Nasenius continuaria a usar o Rekord em mais algumas provas, mas a aposta da Opel era agora o novo Kadett Rally, equipado com o mesmo motor 1900 mas com a carroçaria mais pequena e leve. Na maioria das situações um carro mais ágil e competitivo que o Rekord. Porém, em ralis com neve, o Rekord C continuava ainda a ser uma boa aposta e, inacreditavelmente, Lillebror Nasenius ainda venceria por mais uma vez o Grupo 1 no Kak Rally (a prova sueca do europeu) no ano de 1969.
A última vitória internacional do mais improvável Grupo 1 nos ralis dos anos 60.
Na fotografia, em grande estilo e usando os muros de neve como auxiliar de trajectória, Lillebror Nasenius e o seu habitual navegador Bengt Frodin levam o Opel Rekord ao triunfo no Grupo 1 na edição de 1967 do KAK Rallye, a etapa sueca do europeu de ralis).
Imagem colorida por Ricardo Grilo