Arquivos • 25 Set 2014
As novas regulamentações do Campeonato de Mundo de Fórmula 1 de 1950 permitiam o uso de motores atmosféricos até 4500 centímetros cúbicos ou motores sobrealimentados até 1500 centímetros cúbicos, optando Gordini pela 2ª opção nos seus monolugares.
Por esta altura a Gordini passava por sérias dificuldades financeiras, muito em parte pela remoção de uma parte significativa dos apoios fornecidos pela SIMCA, com a justificação de não ver um propósito num apoio mais contundente pela disparidade de propósito entre os veículos comercializados pela marca e a competição automóvel ao mais alto nível. O fim da aliança estava à vista, sendo a última vitória significativa o triunfo de Maurice Trintignant no Grande Prémio de Albi de 1951, não pontuável para o Campeonato do Mundo de Fórmula 1. Desde o seu começo até 1952, a parceria SIMCA-Gordini arrecadou mais de 150 vitórias nas mais diversas disciplinas do desporto automóvel.
Durante alguns anos, Gordini manteve-se nas classes rainhas do desporto automóvel, com colaborações com a Alfa Romeo, Ferrari, Maserati e Talbot, sem nunca renunciar a nenhuma categoria ou competição em que requeriam a participação de um dos seus bólides, ou o auxílio a algum outro. Não seria fácil, ter que montar e desmontar um qualquer Fórmula várias vezes, ora agora adaptando-o com um motor de 2 litros a 6 cilindros, ora daqui a pouco colocando-lhe um motor de 3 litros a 8 cilindros, mas Gordini estava disposto a tudo (chegando a alugar os seus monolugares a vários mecenas capazes de aliviar os gastos da equipa para serem pilotos por algumas horas) para manter o seu sonho à tona.
Com as dificuldades financeiras, a oficina em Boulevard Victor, Paris, acaba por encerrar, e em 1955 a Gordini desiste da categoria Sport.
Num último esforço para manter vivo o sonho, Amédée fabrica um motor de 2500 centímetros cúbicos para a temporada de 1956, com o qual Roberto Manzón se impunha aos Ferraris no Grande Prémio de Nápoles desse mesmo ano, naquele que seria o único triunfo da temporada.
Os activos da empresa de que Gordini estava disposto a abdicar eram os troféus conquistados, que chegou a usar para a sobrevivência da marca durante alguns meses.
Naquela que se julgava ser a fase final de uma derradeira preparadora, Gordini recebe a chamada da Renault. A multinacional francesa era larga conhecedora dos talentos de Gordini e, pelo lançamento do seu mais recente modelo, o Dauphine (apresentado no Salão de Genebra de 1956), pretendia que “O Mago” levasse a cabo uma transformação no pequeno utilitário.
A situação económica da Gordini não deixava grandes alternativas a Amédée, que aceita as premissas propostas pela Renault, aliviado com a garantia de não ter que diminuir a sua força de trabalho ou, pior ainda, encerrar portas.
A última competição em que a Gordini participaria como marca independente seria nas 24 Horas de Le Mans de 1957 com o Type 24 Sport e o Type 15 Sport, marcada pelo abandono de todos os automóveis da marca.