Clássicos • 25 Abr 2022
A procura por automóveis mais eficientes teve início com a Crise do Petróleo no início dos anos 70, mas foi-se intensificando ao longo das décadas seguintes, até que, no final dos anos 80 e nos anos 90, a eficiência foi progressivamente conjugada com o reforço das normas antipoluição.
Com ênfase nessa disciplina, a Opel decidiu desenvolver protótipos que tivessem a melhor economia possível de combustível. Com esse propósito nasceu o Opel Corsa Eco3, apresentado no Salão de Genebra de 1992, ainda com base na primeira geração do Corsa e que iria evoluir para a segunda geração em 1995.
Este protótipo tinha por base o Corsa TD com o famoso motor turbo-diesel Isuzu, de 1,5L de cilindrada, mas aqui modificado para alcançar uma potência de 72cv às 4.600rpm e 143nm de binário às 2.600rpm. As grandes alterações mecânicas visaram reduzir a pressão de óleo e utilização de óleo sintético, tanto para o motor como para a caixa de velocidades. Uma grande inovação implementada no Corsa A Eco3 foi a introdução de um sistema de start and stop, hoje em dia obrigatório nos automóveis novos, mas que na época ainda não estava disponível. Foi ainda adicionado um intercooler para reduzir a temperatura do ar à entrada no motor. A caixa de velocidades também sofreu alterações, como a alteração da relação de 5ª velocidade de 0,71 para 0,63 e a relação de diferencial de 3,74 para 3,42. Para diminuir a resistência ao rolamento, foram instalados pneus de baixa atrito, construídos em conjunto com a Goodyear.
A aerodinâmica do Corsa Eco3 foi completamente alterada, reduzindo o coeficiente aerodinâmico para os 0,33. Para atingir este valor foi necessário reduzir o tamanho do pára-choques traseiro, alterar a zona lateral traseira, modificar o desenho do pára-choques da frente com a adição de um lip de 40mm, adicionar embaladeiras com melhor fluxo de ar, redesenhar os espelhos retrovisores bem como os tampões das rodas, remoção das calhas do tejadilho e rebaixamento da suspensão em 8mm.
Com as várias alterações efectuadas, principalmente ao nível da aerodinâmica, o Corsa Eco3 passou a realizar consumos na ordem dos 4,0L aos 100km, uma melhoria de 22% face ao automóvel que era vendido nos concessionários.
Este modelo propriamente dito nunca passou para a produção, mas foi a base das várias alterações que os modelos futuros sofreram para reduzir os consumos de combustível. Este protótipo sobreviveu até aos nossos dias e encontra-se à guarda da própria marca.