Arquivos • 24 Abr 2013

Na actualidade, alguns carros clássicos são considerados como verdadeiras e desejáveis peças de arte, podendo atingir cotações na casa dos vários milhões de euros.
Mas nem sempre foi assim. No passado, os carros obsoletos não tinham qualquer interesse como peças de colecção, valendo pouco mais que o seu peso como sucata. Por isso se assistiu à rotineira destruição de milhares de veículos que hoje teriam facilmente a classificação de históricos.
Um dos casos terá sido o Talbot T150 C SS com carroçaria “Goutte d’Eau’ construída pelo famoso Figoni et Falaschi que vemos nesta imagem por mim colorida.

Construído no final dos anos 30, cerca de 20 anos mais tarde já não possuía qualquer valor comercial, embora ainda fosse bastante potente, um modelo que na sua época tinha sido capaz de disputar os primeiros lugares das 24 Horas de Le Mans, equipado que estava com um motor de seis cilindros em linha e quatro litros de cilindrada, capaz de debitar cerca de 140 cv.
Por isso, um Talbot deste tipo, muito potente e muito barato no mercado de usados, tornava-se um “must” para corridas secundárias, como esta prova de “stock cars” realizada em França no ano de 1958. Na realidade, uma competição com uma dinâmica mais próxima do que consideraríamos hoje um “demolition derby” que de uma corrida de carros convencional.
O facto de ter uma carroçaria estilizada e construída pelos famosos Giuseppe Figoni e Ovidio Falaschi não tinha qualquer relevância para o seu proprietário que aqui vemos em cima do carro destroçado após ter percutido com alguma força um infeliz adversário.
Não será difícil imaginar o destino que o belo T150 SS terá seguido, tendo certamente acabado os seus dias num qualquer sucateiro.
Hoje, um Talbot T1500 SS Figoni & Falaschi como o que aqui vemos comercializa-se por valores sempre acima dos 3 milhões de euros.