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No início dos anos 80, a Mercedes-Benz tinha como objectivo dominar o Campeonato do Mundo de Ralis e, para isso, iniciou o desenvolvimento da sua nova arma com base no modelo 190E W201. No entanto, pouco tempo depois, a Audi entra em jogo com um sistema revolucionário de tracção integral no Audi Quattro, fazendo com que o projecto da Mercedes-Benz não fosse competitivo, pelo menos nos ralis, devido ao facto de ter apenas tracção traseira.
Ainda assim, o projecto não foi posto de lado e a marca germânica olhou para o DTM como escape, nascendo assim o Mercedes-Benz 190E 2.3-16V. Daqui nasceram os duelos icónicos nas pistas dos anos 80 entre o 190 e o BMW M3.
O Mercedes-Benz 190E 2.3-16 tem equipado um motor desenvolvido pela britânica Cosworth, com o bloco original, mas com uma cabeça de duas árvores de cames e 16 válvulas. As árvores de cames eram de perfil bastante agressivo e foram aplicadas as maiores válvulas possíveis para a cabeça. Ao nível do bloco, apenas os pistões foram substituídos por uns mais leves, sendo que as restantes peças permaneceram originais, pois nos testes demonstraram ser resistentes.
Este motor debita 183cv às 6200 rotações por minuto e 236 Nm de binário às 4500 rotações por minuto, na versão de estrada, mas em competição estes motores conseguiam potências na ordem dos 350cv. Acoplado ao motor está uma caixa de cinco velocidades dog-leg da Getrag, que envia a potência para as rodas traseiras, estando equipado ainda com um diferencial autoblocante.
Em 1984 a Mercedes-Benz decidiu publicitar o modelo e, dessa forma, organizou a Race of Champions no circuito de Nurburgring, seleccionando os 20 melhores pilotos do mundo, sendo que, desses, nove eram campeões do mundo da Fórmula 1. Ayrton Senna, na época ainda um piloto quase desconhecido, acabaria por vencer a prova, ficando Niki Lauda em segundo lugar.
Ao nível mecânico, tinham uma relação de diferencial mais curta, de 4,08:1, sistema de escape sem silenciadores, altura ao solo mais baixa em 15mm com novos amortecedores e molas, pinças de travão de quatro pistões na frente e ângulo de direcção reduzido, dos 400mm para os 380.
No total, foram preparados 21 exemplares para a prova e, no final, todos foram reconvertidos para estrada, à excepção do automóvel de Senna e de Lauda. O do Senna está na posse do Museum da Mercedes-Benz e o do Lauda foi vendido a um entusiasta. Presente neste artigo está precisamente o exemplar utilizado por Niki Lauda, que se manteve tal como deixado pelo piloto ao longo dos tempos, nunca tendo sofrido restauro.
No próximo dia 15 de Setembro vai a leilão, num evento organizado pela RM Sotheby’s em St. Moritz, com um valor de venda estimado entre os 360 e os 450 mil euros.
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