Arquivos • 01 Fev 2013
A primeira edição internacional desta rampa britânica recebeu uma inscrição oficial da Bugatti para um modelo “Type 59” de Grande Prémio modificado com um motor “Type 50B” de 8 cilindros em linha, 4700cc e equipado com compressor e duplo rodado traseiro.
O piloto nomeado foi Jean-Pierre Wimille que tinha acabado de vencer as 24 Horas de Le Mans pela segunda vez e estava no auge da sua fama e forma como piloto de competição.
Como anunciava o guia da rampa: “É uma grande emoção saber que a equipa da Bugatti – incluindo o próprio Jean Bugatti – veio desde Molsheim, na Alsácia, especialmente para o evento de hoje. Desejamos-lhes uma visita agradável e boa sorte”.
Logo nos treinos Jean-Pierre Wimille compreendeu que o grande, largo e potente Bugatti T59/50b não era de todo o modelo ideal para o apertado traçado da rampa, mal cabendo na estrada. Ainda assim, no dia da prova melhorou a sua melhor marca dos treinos logo na primeira subida e voltaria a melhorar o tempo na segunda e derradeira passagem cronometrada. Mas não seria suficiente para bater o ERA de Raymond Mays, que iria realizar menos meio-segundo que o decepcionado piloto francês.
Falando no final com o director da prova, Jean Bugatti reagiu à derrota com o seu habitual cavalheirismo e desportivismo: “lamento ter trazido um carro que não é adequado para a vossa rampa. Para o ano vamos trazer um dos nossos novos modelos de 1 ½ litro e tentar fazer melhor”.
Infelizmente, as circunstâncias não permitiriam que isso acontecesse. De regresso a França, Jean Bugatti morreria a ensaiar o T57C de Le Mans quinze dias após esta rampa de Prescott. Logo em seguida começava a Segunda Guerra Mundial.
Mas a história deste T59/50B não acabaria por aqui. Escondido numa propriedade de Ettore Bugatti o carro de Grande Prémio iria sobreviver ao conflito.
Logo após o final da guerra, a fábrica da Bugatti preparou o T59/50B para a primeira corrida disputada na Europa, a “Coupe des Prisonniers”, realizada no “Bois de Boulogne”, em Paris, no dia 9 de Setembro de 1945.
A aposta foi tão importante que o próprio Ettore Bugatti se deslocou ao Bosque de Bolonha com o seu enorme Bugatti Royale, para poder seguir a prova de Wimille.
Partindo do fim da grelha por não ter treinado, o T59/50B do piloto francês iria mesmo vencer a prova principal do programa.
A última corrida ganha por um Bugatti oficial.
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