Briggs Cunningham, o homem que sonhava vencer as 24 Horas de Le Mans

Arquivos 26 Ago 2023

Briggs Cunningham, o homem que sonhava vencer as 24 Horas de Le Mans

Por Ricardo Grilo

Milionário, velejador de sucesso, filantropo, piloto, construtor de automóveis e visionário, o americano Briggs Cunningham tinha o sonho de vencer as 24 Horas de Le Mans com um carro americano.
 
E como esse carro não existia, criou uma marca com o seu nome para produzir um modelo desportivo com capacidade de bater os Ferrari, Talbot, Aston Martin e Jaguar que habitualmente dominavam a clássica francesa.
 
Depois de se ter estreado em 1951 com uma equipa de dois Cadillac (um deles muito modificado por si) Briggs Cunningham regressaria em 1952 já com os seus Cunningham C4R equipados com motores Chrysler V8 de 5,5 litros de cilindrada, conseguindo um excelente 4º posto absoluto acompanhado por Bill Spear.


 
Esta foto colorida foi realizada no ano seguinte, 1953, numa doca no Havre, com Briggs Cunningham junto aos dois Cunningham C4R recém-desembarcados do paquete RMS Maurietania.
 
O RMS Mauretania era um navio de passageiros britânico operado pela Cunard-White Star Line e construído pelos estaleiros da Cammell Laird em Birkenhead. Equipado com duas turbinas a vapor, desenvolvia 42.000 HP de potência e podia navegar a perto de 50 km/h.
 
Ainda assim, Cuningham preferiu fazer a viagem num avião comercial Lockheed Constellation, muito mais rápido que o já de si rápido paquete, juntando-se aos mecânicos e aos carros no Havre.
 
Em seguida rumaram todos para Le Mans, onde o melhor Cunningham, C4R ficaria no terceiro posto absoluto, pilotado por Phil Walters (ex-piloto de planadores durante a guerra)
e John Fitch (Ás de caça aos comandos de um Mustang).
 
Na realidade seria muito difícil fazer melhor. Os dois Jaguar XK120C que ficaram à frente do Cunningham estavam equipados com os novos travões de disco da Dunlop, oferecendo uma incomparável vantagem na capacidade de reabsorção da energia cinética acumulada.
 
Sem problemas financeiros, Cunningham tinha tentado adquirir os mesmos travões à Dunlop, mas a Jaguar fez “lobbying” para impedir a venda. E o terceiro lugar foi o lugar possível, o melhor entre os carros equipados com travões convencionais de “tambor”.
 
E o sonho de vencer não passaria de um honroso pódio, repetido no ano seguinte.
 
Imagem colorida por Ricardo Grilo

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