Lotus revela o Type 66, o automóvel de Can-Am que pode comprar

Clássicos 23 Ago 2023

Lotus revela o Type 66, o automóvel de Can-Am que pode comprar

A Lotus acaba de revelar o Type 66 para a era moderna, com o mesmo nome de um automóvel que foi proposto, mas nunca construído, para entrar no campeonato Can-Am de 1970. Será construída uma série de dez exemplares, cada um com um preço a rondar os sete dígitos, e motorizados por um V8 de época, com caixa sequencial e ABS.

Embora tenha existido ao longo dos últimos tempos uma abundância de modelos Continuation construídos por fabricantes de automóveis há muito estabelecidos, o Lotus Type 66 é algo diferente: é uma versão recém-construída de um automóvel histórico que foi projetado, mas nunca construído. Agora, o fabricante britânico anunciou planos para criar uma série de apenas dez exemplares de uma versão moderna do que foi originalmente proposto para ser um modelo de corrida Can-Am. O preço de cada um destes veículos especiais para pista será de sete dígitos e foi prometido que terão um desempenho comparável ao de um automóvel de competição GT3 atual.

O anacronismo histórico óbvio reside no facto de a Lotus nunca ter competido na série Can-Am. A Canadian-American Challenge Cup começou em 1966, com um calendário que combinava corridas no Canadá e nos Estados Unidos, e rapidamente se estabeleceu como uma das séries mais visceralmente emocionantes da era mais excitante (e perigosa) do desporto automóvel. A Can-Am corria ao abrigo dos regulamentos do Grupo 7 para o que eram nominalmente automóveis de dois lugares, mas com restrições técnicas mínimas. Rapidamente os modelos Can-Am apresentaram relações peso-potência superiores às dos carros de Fórmula 1 contemporâneos.


A Lola e a McLaren dominaram o início da era Can-Am, mas a Lotus pensou seriamente em criar a sua própria entrada no final da década de 1960. O fundador da Lotus, Colin Chapman, solicitou ao desenhador da Team Lotus, Geoff Ferris, que apresentasse um projeto para um automóvel de corrida do Grupo 7. O projeto nunca foi além de desenhos técnicos e modelos à escala, mas é agora trazido à vida 53 anos com o Type 66.

O novo Type 66 não teria sido possível sem os esboços e desenhos fornecidos por Clive Chapman, filho de Colin e atual diretor-geral da Classic Team Lotus. Aparentemente, muitos deles foram encontrados numa caixa à prova de fogo com 28 rolos de microfilme, alguns dos quais continham imagens do projeto Can-Am datadas de Setembro de 1969.

O novo automóvel tem acabamentos em tons de vermelho, branco e dourado alusivos à época, nas cores com que a equipa de Fórmula 1 competia, graças ao patrocínio pioneiro da Lotus no sector do tabaco. Outras inovações são também partilhadas com os carros de F1 da equipa da época, incluindo a utilização de radiadores montados lateralmente. Na traseira encontra-se uma asa de grande largura, que foi objeto de um trabalho de desenvolvimento significativamente maior do que seria possível no início da década de 1970: a Lotus afirma que foram necessárias mais de 1000 horas de modelação CFD (Computational Fluid Dynamics) para criar o Type 66.

Já a estrutura do novo carro é menos alusiva à sua época original, com elementos em fibra de carbono e contando ainda com painéis da carroçaria em alumínio. A marca afirma igualmente que o novo modelo contará com direcção assistida eléctrica, uma transmissão sequencial com um sistema anti-stall e inclusivamente um sistema ABS.

A Lotus confirma que só vai produzir dez exemplares, com cada um a custar “mais de 1 milhão de libras”, ou seja, a superar os 1,17 milhões de euros às taxas actuais.

Fonte: Car and Driver
Fotografias: Michael Simari

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