Clássicos • 03 Jan 2018

Quem faz carros melhores? Americanos ou europeus? A discussão – dos dois lados do Atlântico – é interminável e nunca se chegou a um consenso. Naturalmente, os fabricantes de cada continente defendem a superioridade dos seus produtos.
Há, também, factores subjetivos envolvidos nesta questão: preferências pessoais, estilos de vida, geografia (lugares onde as pessoas vivem), etc. Um Fiat 500, por exemplo, é obviamente mais adequado para as vielas de uma cidade medieval italiana do que uma pick-up Ford F-150. E a pick-up grandalhona certamente será mais apropriada para as estradas rurais e os amplos espaços dos Estados Unidos.
Alguns factos, porém, são indiscutíveis. Os europeus inventaram o automóvel. O alemão Karl Benz patenteou o primeiro veículo motorizado mais parecido com o que entendemos hoje como um automóvel, em 1886. Mas o americano Henry Ford desenvolveu a linha de montagem, que barateou e popularizou a invenção europeia, com o seu Model T, de 1913.
Em matéria de tecnologia, os dois lados rivalizam em descobertas e avanços importantes para o desenvolvimento dessas máquinas. Se os americanos popularizaram caixas de câmbio automáticas ou direções hidráulicas, os europeus lançaram a tração dianteira e a carroceria monobloco, com o Citroën 11 CV, o popular Traction Avant, de 1934.
Enquanto os europeus médios preferiam carros pequenos e econômicos, de baixa cilindrada e com motores de quatro cilindros, os americanos do mesmo nível social sempre gostaram mais de veículos grandes e beberrões, com enormes motores de 6 ou 8 cilindros. Nem a crise do petróleo, de 1973, que os obrigou a reduzir a potência dos seus carrões, os levou a optarem por automóveis realmente pequenos como os europeus, salvo algumas exceções.
Mas, afinal, quem faz os melhores carros? Como já se disse, essa discussão não tem fim. O argumento que talvez possa resumir a questão é o seguinte: os americanos fazem carros mais robustos, mais simples, mais baratos e mais confortáveis para o dia a dia do que os similares europeus. Neste segmento, são imbatíveis. Mas, no segmento premium, os desportivos europeus, como Ferrari, Lamborghini ou Porsche, são muito melhores do que os desportivos americanos, como Mustang, Corvette ou Camaro.
Definir, portanto, quais são os melhores carros é muito menos uma questão de tecnologia do que de poder aquisitivo. Depende de quanto cada um dispõe para investir num carro.
Fotos: Eduardo Scaravaglione
Deixe um comentário