Peugeot 205 celebra 40 anos

Clássicos 28 Fev 2023

Peugeot 205 celebra 40 anos

A 24 de Fevereiro de 1983, a Peugeot causou sensação ao lançar o 205. Um modelo que conduziu a marca para a era moderna, tanto em termos de produto e marketing, como a nível do desporto automóvel. Um olhar retrospetivo sobre uma história épica plena de sedução e que está na origem de uma longa linha de automóveis citadinos bem-sucedidos da Peugeot.

A história de um automóvel é muitas vezes, e em primeiro lugar, a história dos homens e mulheres que o imaginaram. A história do Peugeot 205 é inseparável da de Jean Boillot, membro do conselho de administração da marca francesa no final dos anos 70. Foi ele quem, num período difícil para a empresa, apresentou o ambicioso projecto de um novo automóvel compacto que seria muito mais do que um veículo de cidade, O objectivo era criar um veículo polivalente, que se sentisse à vontade tanto em ambiente urbano como em estrada, capaz de transportar uma pequena família e que, ao mesmo tempo, fosse acessível. Em suma, um automóvel que fosse bom para tudo e para todos.

O design Peugeot versus Pininfarina

Em termos de design, tecnologia e marketing, o Peugeot 205 foi revolucionário. Embora a maioria dos Peugeot anteriores tivesse sido desenhada pela Pininfarina, foi o projecto dos designers internos, liderados por Gérard Welter, que venceu o concurso organizado internamente, com um design muito mais moderno e fluido, com a Pininfarina a ficar responsável por desenhar o Peugeot 205 Cabriolet. Um design que inaugura alguns elementos distintivos que viriam a ser aplicados nos futuros modelos da Peugeot, designadamente a grelha com barras horizontais e a faixa entre as luzes traseiras. Além disso, foi um grande nome no panorama do design automóvel, Paul Bracq, então membro do studio Peugeot, que criou o interior do 205.

O primeiro pequeno motor Diesel de elevado rendimento

Tecnicamente, o Peugeot 205 marca a entrada da marca na era moderna: compacto, mas espaçoso, prático com o seu formato hatchback, dinâmico e ao mesmo tempo económico, adaptado a todas as utilizações. Em particular, é o primeiro automóvel da marca a adotar barras de torção na traseira, a fim de libertar mais espaço para o compartimento de passageiros.

É também o primeiro modelo a receber a nova família de motores XU, em particular o XUD7, um motor de quatro cilindros de 1769cm3 de cilindrada com 60 cavalos, o que faz do Peugeot 205 o primeiro pequeno automóvel francês com motor Diesel e, sobretudo, o primeiro modelo pequeno com propulsor Diesel a oferecer um desempenho equivalente ao dos seus equivalentes a gasolina, mas com um consumo de combustível muito inferior (3,9 l/100 km em média).

 De 45 a 200 cavalos

O Peugeot 205 foi o primeiro Peugeot pequeno a receber uma gama tão vasta e variada de motores – de 45 a 200 cavalos de potência – e uma caixa de velocidades automática, uma opção rara no mercado naquela época. Desde o seu lançamento em 1983, foi proposto com quatro motores a gasolina e um a gasóleo. No ano seguinte, a gama foi alargada para incluir os lendários GTI e Turbo 16, bem como uma carroçaria de três portas. Seguiu-se uma multiplicidade de versões, desde as mais acessíveis, como a Junior de 1986 com os seus bancos tipo “jean”, até às mais sofisticadas, como a Lacoste ou Gentry.

Quando a publicidade inventou o “número sagrado

A partir de 1983, o Peugeot 205 beneficiou de um marketing à altura das suas qualidades. Assim que foi lançado, a invenção da designação “sacré numéro” causou um grande impacto. As criações publicitárias que a utilizavam eram eficazes e estavam em sintonia com os tempos, como o famoso filme em que o Peugeot 205 é perseguido e bombardeado num lago congelado por um avião militar, numa atmosfera muito à “James Bond”. Um anúncio realizado por Gérard Pirès, que alguns anos mais tarde assinaria o famoso filme “Taxi”, que tem um Peugeot 406 como personagem principal. A história repete-se…

Um verdadeiro campeão

O automobilismo seria um poderoso meio de promoção do Peugeot 205 e da marca em si. A partir de 1984, sob o impulso de Jean Todt, a Peugeot estreou-se na categoria rainha do campeonato do mundo de ralis, o famoso “Grupo B”, com o impressionante 205 Turbo 16.

Durante a primeira temporada, Ari Vatanen deixou uma forte impressão ao ganhar três ralis. Em 1985 e 1986, o Peugeot 205 Turbo 16 permitiu à Peugeot ganhar o título mundial entre os construtores e levou Timo Salonen (1985) e Juha Kankkunen (1986) à conquista dos títulos de piloto. Com o desaparecimento da categoria “Grupo B” no final de 1986, Jean Todt propôs à Peugeot a inscrição dos 205 T16 num evento lendário, o Paris-Dakar. Desafio aceite, desafio ganho: em 1987 e 1988, o Peugeot 205 T16, especialmente adaptado, ganhou o famoso rally-raid, primeiro nas mãos de Ari Vatanen, depois conduzido por Juha Kankkunen.

Em 1998, após uma longa e rica carreira de 15 anos, e depois de 5.278.050 unidades produzidas, o Peugeot 205 retirou-se. Na mente dos entusiastas dos automóveis, permanecerá para sempre o “número sagrado” da marca, aquele que construiu as fundações de uma gama excecional de automóveis citadinos bem-sucedidos, da qual fazem parte o 206, o 207 e, actualmente, o 208.

Os fãs do PEUGEOT 205 podem encomendar as miniaturas disponíveis à escala 1:18 e 1:43 na loja online.

O Musée de L’Aventure Peugeot em Sochaux inaugura uma grande exposição hoje, dia 23 de Fevereiro, com inúmeros arquivos de fotografias e vídeos, bem como com a exposição de uma dúzia de exemplares do Peugeot 205.

A missão da associação L’Aventure PEUGEOT é preservar, desenvolver e promover o património da marca Peugeot. É parte integrante da associação L’Aventure Peugeot Citroën DS.

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