Mercado • 21 Jul 2022
Mercado • 21 Fev 2023
Porsche 907 pode ultrapassar os cinco milhões de euros em leilão
Em 1967, a Porsche começou a substituir o 910 pelo mais recente 907 para competir no Campeonato Mundial de Marcas. A maior alteração em relação ao seu antecessor era o desenho da sua carroçaria e, consequentemente, a aerodinâmica. Além disso, a posição de condução foi alterada para a direita pois, segundo os técnicos, era a mais confortável nos circuitos feitos no sentido dos ponteiros do relógio, como grande parte das provas do campeonato. No total, a Porsche apenas produziu 21 exemplares do 907 entre 1967 e 1968, sendo sucedido pelo 908, a partir de 1969.
A suspensão frontal foi redesenhada, passando as molas para uma posição diferente de modo a serem de fácil acesso para as afinações. Inicialmente, o 907 foi equipado com o motor boxer refrigerado a ar de seis cilindros, de 2,0 litros de cilindrada e injecção Bosch, que desenvolvia 220cv às 8000rpm.
No ano de 1968, foi instalado o motor boxer Type 771/1 de oito cilindros, com 2,2 litros de cilindrada e capaz de desenvolver 270cv. Como curiosidade, nas 12 Horas de Sebring de 1968, onde o 907 terminou nas duas primeiras posições, a Porsche implementou um mostrador que indicava o desgaste das pastilhas de travão. Nesta prova o 907 também estreou o chassis construído em alumínio, assim como vários componentes construídos em titânio.
A prova inaugural do 907 foram as 24 Horas de Le Mans de 1967, onde a Porsche inscreveu os 907 com carroçaria longa, semelhante à do 906, que era muito melhor que a do 910 ao nível do coeficiente aerodinâmico, demonstrado pela velocidade máxima atingida na recta de Hunaudières, onde foi atingidos os 302 km/h.
Uma das provas mais importantes para a Porsche, tanto ao nível da competição, como ao nível da cobertura mediática, era o Targa Florio, prova ganha em 1968 pelo 907 presente neste artigo com Vic Elford e Umberto Maglioli aos seus comandos. Mesmo após Elford ter perdido 18 minutos na primeira volta devido a uma falha no aperto de uma das rodas, conseguiu recuperar, batendo o recorde da pista em mais de dez minutos e o segundo classificado ficou a mais de três minutos de diferença.
Este 907, com o chassis número 025, tinha sido estreado seis semanas antes nas 12 Horas de Sebring, mas apenas competiu durante 20 minutos, quando o piloto Ludovico Scarfiotti enganou-se numa troca de velocidade e o motor ultrapassou os seus limites de rotação.
Em 1968, foi vendido ao piloto suíço Siegfried Lang da Valvoline Racing Team, que obteve bastante sucesso nas provas de montanha, até destruir o automóvel num acidente. Mas este não foi o fim do 907-025, uma vez que foi reconstruído agora com uma carroçaria Spyder. No entanto, em 1970 voltou a ter um outro acidente, neste caso de maior gravidade provocando a morte de Siegfried.
Posteriormente, passou por dois proprietários até chegar à colecção de Julio Palmaz, na Califórnia, que o restaurou fielmente com as especificações de 1968, incluindo o motor. Em 2015 foi vendido ao actual proprietário.
Agora, este 907 vai a leilão, através de um evento organizado pela Broad Arrow Auctions, em Amelia Island, no dia 3 de Março. O seu valor estimado de venda situa-se entre os 4,2 e os 5,1 milhões de euros.