Clássicos • 21 Out 2022

Kork Ballington, Campeão Mundial de 250 e 350 dos anos setenta, viu-se num dilema no final de 1979 – ficar com a Kawasaki que lhe dera os títulos mundiais, para desenvolver um novo projecto de 500, ou assinar com a Suzuki que lhe oferecia menos garantias?
Em 1978/1979, Hugh Neville (o seu nome verdadeiro) venceu dois campeonatos mundiais de 250 e dois de 350 e 22 Grandes Prémios nas bicilíndricas de válvulas rotativas da Kawasaki. O Sul-africano correu lado a lado com o australiano da Kawasaki Gregg Hansford e, no primeiro semestre de 1978, contra Kenny Roberts numa Yamaha 250, no que era então das categorias mais competitivas do Mundial.
Ballington, então com 28 anos, escolheu a Kawasaki. “A Suzuki era uma opção, mas eu não estava contente com o dinheiro oferecido”, disse ele. “A Kawasaki ofereceu mais dinheiro e mais lealdade. Eu estava preocupado que se não “encaixasse” na Suzuki, estaria fora no final do primeiro ano.”
O resultado? Ballington passou três anos frustrantes a pilotar uma moto que era muito fiável, mas muito pesada e muito longa. No entanto, a decisão diz muito sobre a luta de Kork para se tornar um piloto dos Grandes Prémios.
Nascido no Zimbabué, onde o seu pai administrava uma gráfica, ele começou por correr com máquinas construídas em casa, motos de produção e motos de corrida de segunda mão em toda a África do Sul, antes de ganhar uma pequena bolsa de estudos para correr em Inglaterra.
Chegado em Março de 1973, a primeira casa de Kork foi uma tenda em Kent, partilhada com a futura esposa Bronwyn e o irmão e mecânico Deryck (também conhecido como Dozy). A molhada Primavera inglesa foi uma introdução dura e fria para três pessoas da ensolarada Durban, mas a família Ballington não tinha falta de genica, já tendo produzido dois corredores de maratona antes de Kork.
No final de 1977, Kork tinha vencido quatro Grandes Prémios com a Yamaha particulares, incluindo uma dobradinha de 250/350 no Grande Prémio da Inglaterra de 1977.
Em 1980, Ballington ainda apareceu na luta por mais coroas nas 250, ganhando mais cinco Grandes Prémios – até que quase morreu de uma infecção no estômago que o fez perder o resto da época.
Kork deixou os Grandes Prémios depois de 1982, mas reiniciou a sua carreira em 1986, competindo nas 250 e 500 nos EUA com a Honda. No final dos anos 90, os Ballingtons emigraram para Brisbane e Kork estabeleceu um negócio de ferragens.
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