Clássicos • 20 Jul 2016
Clássicos • 27 Out 2022
“Janita” Vilar, piloto de automóveis e avô de Salvador Sobral
Por Adelino Dinis
“Janita” Vilar, o avô materno de Salvador Sobral, notabilizou-se como piloto de automóveis na segunda metade dos anos 50 e 60.
João Luís Posser de Andrade Vilar, “Janita para os amigos, nasceu em Lisboa, a 30 de Julho de 1931 e morreu a 13 de Março de 1970, algumas semanas depois de um brutal acidente no Circuito da Palanca Negra, em Luanda, a 21 de Dezembro de 1969.
Entre estas datas, Andrade Vilar alcançou muitos feitos, enquanto homem e piloto. Era uma figura querida no ambiente das corridas dos anos 50 e 60, em Portugal. A sua carreira esteve bastante dependente de apoios e outras vicissitudes bem conhecidas pelos pilotos de todas as épocas.
Os primeiros resultados de relevo foram obtidos com os Alfa Romeo Giulietta Sprint Veloce (Monsanto, 1957) e Giulietta Berlina Ti, de 1957 a 1959. Destaca-se a vitória na corrida de automóveis de turismo do Circuito de Monsanto, em 1959.
Anteriormente tinha realizado algumas provas de rali e circuito em DKW. Entre Dezembro de 1959 e Junho de 1966, manteve-se afastado da competição, dedicado à sua actividade profissional, no comércio de automóveis, com a Mocar e também à família.
Mas, em 1966, “Janita” Vilar regressou. Foi no II Circuito Lordelo do Ouro, com um Matra Djet, dando início à segunda fase da sua carreira. No ano seguinte correu com um NSU TT e depois passou para os Porsche. Primeiro com o 911 R de “Mané” Nogueira Pinto, depois com o Carrera 6, com que correu em Jarama e também em Vila Real.
A sua última corrida foi em Angola, no Circuito da Palanca Negra (Luanda), a 21 de Dezembro de 1969. Como não se realizaram treinos cronometrados, a organização decidiu alinhar os automóveis pelo número de inscrição. Esta situação fez com que diversos automóveis mais rápidos partissem das filas mais atrás, como foi o caso de Andrade Vilar, no rápido Porsche Carrera 6. Foi precisamente na partida, procurando ganhar lugares a vários automóveis mais lentos, que Vilar bateu em vários espectadores que se encontravam de pé na pista. Para além de um número indeterminado de feridos, houve três vítimas mortais em consequência do acidente, sendo uma delas Janita Vilar. Sobreviveu ao acidente, foi operado de urgência em Luanda, tendo sendo depois transferido para Lisboa. Viria todavia a sucumbir às complicações dos seus ferimentos, morrendo no dia 13 de Março de 1970.
Deixou viúva Luísa Maria de Melo Breyner Freire Cabral e vários filhos menores, entre os quais, Bernardo Vilar, motociclista com várias participações no Rally Raid Paris-Dakar, e Luísa Maria Cabral Posser Vilar, mãe dos músicos Luisa Sobral e Salvador Sobral.
Pouco se sabe sobre a relação de Luísa e Salvador Sobral com os automóveis. Em 2012, Luísa actuou na apresentação nacional do VW Up e no programa “Alta Definição”, o vencedor do Festival da Eurovisão admitiu que gosta muito do seu automóvel, mas não gosta de conduzir.
Fotografias: João Andrade Vilar e Edições Vintage.
“Janita” Andrade Villar faleceu a 13 de Março (vidé jornal Motor Nº330 de 1970-03-19). Mortos do acidente do 2º Troféu Palanca Negra, não foram 13. Foram 3 e nenhum era espectador. Foram: um bombeiro e a esposa de Jan Craggie na zona da box da equipa de Peter Gough e, mais tarde, em Março, o próprio Andrade Villar. E um número indeterminado de feridos, talvez 13. Em vésperas de Natal, só foi autorizado o fecho do circuito no Domingo, o próprio dia da corrida e não houve treinos cronometrados. Após uma breve discussão entre a organização e os concorrentes, decidiu-se… Read more »