Há 120 anos ia para a estrada a primeira prova automobilística da Península Ibérica

Tudo começou quando um grupo de entusiastas, que nos primórdios via o automóvel como um objecto de desporto e lazer, se reuniu na redação do jornal A Época, a 6 de Setembro de 1902. O director do jornal, Zeferino Cândido, juntou-se a um grupo de pioneiros do automóvel, entre os quais Carlos Callixto, Anselmo de Sousa, Eduardo Noronha ou Henrique Anacoreta, com a intenção de estudar os meios para desenvolver o automobilismo em Portugal, dada a importância que este género de desporto tinha ganho nas nações vizinhas.

Também se associaram diversas personalidades influentes na sociedade portuguesa encabeçadas pelo Infante D. Afonso de Bragança, ele próprio um apaixonado pelo automobilismo. 

Nomeou-se uma comissão executiva para “realizar uma grande corrida de automóveis no Outono de 1902 entre a Figueira da Foz e Lisboa (Campo Grande)”. A 5 de Outubro de 1902 foi publicado o regulamento de uma prova que seria de velocidade e em que ganhava quem chegasse primeiro.

As inscrições encerraram no dia 20 e a primeira corrida de automóveis da Península Ibérica viria a realizar-se a 27 de Outubro, com nove automóveis (dois a vapor e sete a gasolina) e cinco motociclos. 

Foi esta prova que deu origem à fundação do Automóvel Club de Portugal e para celebrar esse feito o clube elaborou um pequeno vídeo sobre o 120º aniversário da primeira prova automobilística realizada na Península Ibérica.

Este ano, de 14 a 16 de Outubro, o Museu do Caramulo levou a cabo a primeira edição da Corrida dos Fundadores by Cartrack destinado a automóveis e motos pré-guerra que celebrou, em simultâneo, a primeira prova automobilística da Península Ibérica e a era dourada do automobilismo. Através da colaboração com vários clubes das regiões pelas quais o evento passou, no total estiveram envolvidos cerca de 100 veículos nesta iniciativa.