Recordar o Alpine Le Mans A442

Clássicos 19 Out 2022

Recordar o Alpine Le Mans A442

Se estamos ainda longe de mais uma edição das 24 Horas de Le Mans, é certo que a legião de fãs da mítica prova realizada anualmente em La Sarthe continua a mover verdadeiras paixões. E se existe uma nação apaixonada pelos seus automóveis e pilotos, França é certamente uma delas.

 

Recuamos assim à 46ª edição, onde o muito público presente assistiu à vitória da equipa Renault venceu com o automóvel que tinha o número dois nas portas. Pilotado pela dupla Jean-Pierre Jaussaud – Didier Pironi, o automóvel percorreu mais de 5000 kms a uma média superior a 210 km/h.

 

O motor Renault V6 tinha já dado provas das suas capacidades e fiabilidade, desde que foi apresentado em 1973. Foi nesse mesmo ano que conquistou a sua primeira vitória nos sport-protótipos, seguindo-se outras cinco em 1974. Em 1976 e 1977, o mesmo motor venceu o Campeonato Europeu de Fórmula 2, tendo Jean-Pierre Jabouille (Martini-Elf) e René Arnoux (Elf-Switzerland) terminado nos dois lugares mais altos do pódio.

 

Em 1975, o mesmo bloco foi associado a um turbocompressor, um sistema patenteado por Louis Renault em 1902, elevando a potência de 285 bhp para 500 bhp. O V6 Gordini-Elf chegou bastante perto da vitória nas 24 Horas de Le Mans em 1977, terminando logo atrás dom Porsche que venceu nesse ano. No entanto, a vingança surgiria um pouco mais tarde, em 1978, quando dois Alpine cortaram a meta na primeira e quarta posição.

 

Se vencer Le Mans nunca é somente uma questão de sorte. O automóvel que venceu em 1978 teve a sua origem em 1973, quando a Alpine decidiu regressar à competição com o apoio técnico da Elf. O sucesso nesse ano pode ser atribuído a diversos factores: uma equipa altamente motivada fundada por Jean Terramossi e liderada por Gérard Larousse; um motor V6 desenhado por Bernard Dudot com um novo turbocompressor; o envolvimento da Renault através da Renault Sport, fundada em 1976; e claro, a presença de pilotos altamente qualificados como Jabouille, Jaussaud, Jarier e Pironi.

 

Durante o espaço de cinco anos, o motor aspirado A440 tornou-se no A441 e posteriormente no turbo A442. Em 1978, a Renault através do seu presidente Bernard Hanon, anunciava o abandono da marca em futuras edições das 24 Horas de Le Mans, uma vez que a marca do losango iria passar a concentrar-se na odisseia da Fórmula 1. Era o fim de uma era, mas o começo de um novo desafio.

Imagens: Renault

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