Eventos 30 Jun 2022

Madeira Classic Car Revival, uma atmosfera única cheia de glamour e bom gosto

Por Joel Araújo

Só quero lar, bar e mar.

Não fui eu que o disse. Encontrei esta frase de autor incógnito algures no meu Instagram e decidi guardar. Não só, achei tão boa que a incluí numa lista que tenho de possíveis nomes para uma futura banda que nunca vou formar. Foi a impressão com que me despedi da Madeira, na celebração de um marco importante do meu percurso como entusiasta repórter fotográfico.

Um marco que demorei a atingir: O Madeira Classic Car Revival foi o último grande festival de automóveis clássicos em Portugal que me faltava visitar. O evento onde se prova o melhor bife de atum; onde garantidamente se bebe a melhor poncha; definitivamente um dos que melhor sabe receber. Tão bem, que até o Airbus A320 da EasyJet aterrou no Aeroporto Cristiano Ronaldo à primeira tentativa. Um festival onde a concentrada área de exposição contrasta facilmente com os mais de 30 quilómetros que fiz a pé em dois dias, disse-me o meu “relógio-esperto”.




Como se tem vindo a tornar hábito, esta história começa com uma chamada do meu agente pessoal de viagens, o Salvador Patrício Gouveia. A secretaria Regional do Turismo e Cultura convidou o Jornal dos Clássicos a fazer parte da “Press Trip”, composta por vários jornalistas e membros influentes do panorama automóvel clássico em Portugal, no qual tenho imensa honra em poder infiltrar-me de forma quase incógnita. Esperava por este convite há anos, portanto aceitei quase tão rapidamente como aceitaria um convite para ir jantar francesinha à Taberna Belga. Passam-se meras horas e sou contactado por Martim Noronha, membro da organização do Revival. Se o Salvador é o agente, o Martim seria uma espécie de assistente de viagem, partilhando comigo toda a informação, tirando dúvidas, marcando os voos e alojamento, providenciando assistência durante todo o fim-de-semana. O meu “person of contact” prestador de auxílio, garantindo que, ao contrário de viagens passadas à ilha, não me perderia nas ruas do Funchal nem seria quase arrastado acidentalmente para o clube nocturno Jaguar (se é que este ainda existe). O porquê de todos os grandes eventos motorizados ainda não terem um Martim, nunca vou entender.

Após dois anos de pausa, o Revival está de regresso à baixa da cidade do Funchal, integrando o programa da Festa da Flor. O evento que se afirma como a maior exposição de viaturas antigas e clássicas de Portugal divide-se em dois momentos: Sábado, com a contemplação das cores, reflexos e expressão plástica da exposição no recinto principal, e Domingo com a emoção, os cheiros e o ruído da velocidade na Rampa dos Barreiros. No primeiro dia, os automóveis clássicos pertencentes a clubes e participantes são dispostos por toda a área a sul da Avenida do Mar e das Comunidades Madeirenses, entre o Cais da Cidade (a Oeste) e a Praça da Autonomia (a Leste). Por sua vez, na Praça do Povo encontram-se expostas as viaturas candidatas aos concursos “Best of Show”, “Originalidade” e “Elegância”, assim como os respectivos vencedores das edições anteriores. Todos os anos existe uma viatura que é especialmente escolhida e convidada para abrilhantar a marginal atlântica. O “Convidado de Honra” de 2022 foi um Singer Porlock Sport 8HP de 1930, pertencente a Carlos Telo da Fonseca. Um automóvel com matrícula da Madeira (MD-16-03) vendido ao seu pai, Horácio Telo da Fonseca, em 1964, no Porto. Regressando ao Funchal propositadamente para a ocasião. Um automóvel dotado de um historial muito especial, tendo participado no primeiro Circuito da Cidade do Porto, conduzido pelo mestre Fernando Palhinhas, assim como concorrente no slalom do World Rally FIVA, no Autódromo Estoril em 1975.


A viagem do aeroporto até ao Funchal é sempre teatral. Fazemos “aquela” curva à direita que revela o anfiteatro iluminado da cidade, pontilhando as encostas da ilha, como se decorações de Natal se tratassem. Absolutamente esfomeados e criminalmente atrasados, fomos deixados no “Il Vivaldi”, um restaurante com uma decoração inspirada no barroco, assumo que em homenagem ao famoso compositor de “Le quattro stagioni” do mesmo estilo, do séc. XVIII. À mesa sentado ao centro, Eduardo Jesus, Director da Secretaria Regional de Turismo e Cultura, seria o mestre de cerimónias num jantar exclusivo à imprensa e organizadores do evento. Como qualquer artista que se orgulhe da sua obra, não fomos dispensados de uma visita rápida aos preparativos do evento. Bólides ainda tapados, alguma construção e montagens em curso. É um momento calmo antes da tempestade, e especialmente bonito neste tipo de eventos, e estimulante para a imaginação.

Ao passo que os restantes elementos de imprensa e júris foram dormir, eu achei o tempo mal empregue e fui dar um passeio pela noite tipicamente quente da ilha. Ao lado do “Rei dos Shots” onde na altura estaria a passar o último êxito de Farruko ou algum remix duvidoso de “Desenrola, bate, joga de ladinho” dos L7nnon & Os Hawaianos, encontrei um Pub Irlandês, onde na falta de melhor, a única música existente era a “Canção do Engate” entre turistas britânicos. Clash cultural apenas eclipsado por um “pint” de Guinness e o cálice de poncha à pescador que pedi simultaneamente e sem vergonha, sentado no balcão.


Pisar pela primeira vez o recinto de um festival é sempre um momento especial. É esta invasão dos sentidos, a imensa vulnerabilidade e o não saber lidar com os sobre estímulos que nos fazem dizer “não há tão bom como o primeiro”. A primeira foto foi a de Miguel de Albuquerque, o presidente do Governo Regional da Madeira. A juntar a ele, a fanfarra das belas figurantes vestidas com trajes customizados com as cores do evento, a música ao vivo, os distribuidores do jornal do festival vestidos à época. Elogiando esta atenção ao detalhe notável que já é imagem de marca dos eventos motorizados da ilha, destaco a área central do festival, dedicada aos vencedores do concurso “Best of Show” em anos anteriores, guardados por um mural em madeira com uma ilustração a grafite de cada automóvel, impresso em grande formato, elaborados pelo reconhecido pintor e escultor madeirense Ricardo Velosa. Um paralelismo interessante entre a doutrina do “feito à mão”, que transborda dos automóveis expostos para o meio onde se inserem.

Para eleger os futuros vencedores que lhes farão companhia em 2023, foi reunido um júri de luxo, dividido entre as categorias de “Best of Show”, “Originalidade” e “Elegância”, segmentados entre automóveis, motas e bicicletas. Como juízes dos automóveis fomos honrados pela presença de Hugo Reis, director da Revista Topos & Clássicos; Telo da Fonseca, convidado de honra deste ano; Paulo Almeida da MyTime, reconhecidos cronometradores em provas nacionais; Luís Brito do Portugal Classic; Luís Cunha, director do ACP Clássicos; nas motas José Oliveira da revista Só Clássicas e Paulo Spínola do departamento técnico da ARAN.


Circundando este epicentro, encontramos os vários parques de automóveis reservados aos clubes madeirenses onde era possível encontrar uma excelente representação da fauna automóvel da ilha, desde os dedicados à Porsche, Volvo, MG, Mercedes-Benz, Vespa e até alguns multimarca como o AJA – Amigos dos Japoneses Antigos, núcleo Madeira. Para a restante família e acompanhantes, o recinto apresentava ao público um palco para momentos musicais, uma praça de street-food e ainda um espaço dedicado a automobilia, ainda que estranhamente apenas em formato de exposição, sem os habituais vendedores e regateiras de preços. Ter um parque automóvel delimitado e catalogado, fruto de um contexto de ilha, tem as suas vantagens e desvantagens. Se por um lado a colecção é de certa forma “estanque” e sem grandes surpresas, maioritariamente conhecida por todos, esta tem o benefício de permitir uma organização bem mais precisa e afinada. E o Revival sabe tirar um proveito inesperado desta realidade:
A disposição dos espaços dedicados aos automóveis dos clubes era pouco habitual para um evento do género. Ao contrário da habitual barafunda do eufemizado “parqueamento orgânico”, no Classic Car Revival os automóveis dos visitantes estavam dispostos como se estivessem num museu. Estacionados com rigor geométrico, protegidos em muitos casos por uma corda, fazendo-se acompanhar, sem excepção, de uma placa customizada com a marca, modelo e ano de fabrico, sempre acompanhadas de traduções em inglês, para que num evento que se assume também ele turístico, ninguém ficar em dúvida. A união da arquitectura do espaço, a cor das carroçarias, o som da bossa-nova e o recém-chegado pôr-do-sol o quão longe vai a organização em busca da harmonia perfeita dos elementos e quão bem os conjuga.

Recuso-me a fazer uma reportagem na Madeira sem dar um mergulho. Ao que parece, a piscina do hotel estava ocupada até ao fim do dia e a única alternativa que encontrei foi a praia marítima do Almirante Reis. A temperatura da água do mar na Madeira é conhecida por ser sempre morna. Sendo sincero, qualquer água é relativamente quente quando a base de comparação é a praia de Matosinhos. Contudo, e como vim a descobrir, esta regalia tem um preço alto a pagar. Já dizia Fernando Pessoa: “Pedras no caminho? Guardo todas.” Poema inspirado nesta mesma praia. Provavelmente o mais doloroso mergulho de que tenho memória. Tudo em nome da tradição.


Domingo acordou para a segunda metamorfose do festival. Desviando-se do padrão da generalidade dos festivais motorizados, o Madeira Classic Car Revival tem dias temáticos, e todo o recinto, logística e atmosfera se transformam conforme.

Domingo é dedicado à histórica Rampa dos Barreiros, uma prova de regularidade histórica que tem início na Praça do Povo e sobe até à Quinta Magnólia. Apesar de ter origem em 1935, só em 2014 passou a integrar o Madeira Classic Car Revival, reavivando a emblemática corrida, então com a décima primeira edição. Este ano será a 18ª, contando com 69 participantes divididos em cinco categorias representativas de cinco décadas da indústria automóvel. Desde Austin Sprite dos anos 50 até BMW Z3 já pertencentes ao séc XXI. Com o número 31, seriam Aires Andrade e Énio Abreu os grandes vencedores da geral e respectiva classe E, dedicada a veículos pós-guerra entre 1946 e 1960, a bordo do supracitado inglês com cara de sapo feliz. Na categoria F para veículos construídos entre 1961 e 1970, a vitória coube a José e Rodolfo Camacho no muito peculiar Sovam Coupé Sport 100A. Na G (1971-1980), levaram o troféu Miguel Freitas e Nataniel Alvares em BMW 2002. Para finalizar, Teresa Araújo e Luís Figueiredo em Mercedes-Benz 450 SE e Miguel Freitas com Ana Carolina Freitas em BMW Z3 celebraram a vitória nas classes H e P, respectivamente.

Como seria de esperar numa prova automobilística citadina, as estradas estão cortadas. Contudo, com uma pequena diferença: Não existe cordão policial, barreiras, nem sequer uma fita delimitadora. Atrevo-me a achar rebuscado sequer chamar aos peões ocasionais de público. As passadeiras continuavam operacionais, os passeios repletos, as rotundas cheias. Se Sábado foi um museu estático na praça, Domingo foi uma exposição a toda a velocidade, facilmente vista de perto. Talvez, até demasiado de perto.


O Madeira Classic Car Revival é promovido pelo Governo Regional da Madeira, através da Secretaria Regional de Turismo e Cultura, e organizado pelo Clube de Automóveis Clássicos da Madeira, contando com o envolvimento dos diferentes grupos e clubes existentes na região.

Depois de um fim-de-semana assim só tenho um arrependimento. Ir ao Revival e não tirar férias na semana seguinte é um desperdício. Este é o exemplo perfeito de um fenómeno que eu espero que ganhe cada vez mais tração em Portugal: o turismo automóvel.

Tem tudo. E eu só quero lar, bar, mar. E acelerar.


Prémios:

Categoria Automóveis
Best of Show 2022 – Jaguar XK150 3.4 DHC, 1959 de Rui Cirilo
Concurso originalidade – Thunderbird Cabriolet, 1963 de Gil Canha
Concurso de Elegância – Jaguar Type-E, 1966 de Gil Freitas

Categoria Motas
Best of show 2022 – Zundapp Super Combinette de Alda Gouveia
Concurso Originalidade – Tricarro de Mestre Zeca Nóbrega
Concurso de Melhor Motorizada – Express-Radex de Roberto Frango
Motorizada Portuguesa – Perfecta Zundapp de Roberto Rodrigues
Scooter Originalidade – Vespa PX 125 de Nuno Valente
Scooter Restauro – Vespa 200 Rally de Clementino Santos

Categoria de Bicicletas
Best of Show 2022 – Raleigh Chopper de Carlos Élvio de Castro Fernandes

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Fotografias: Joel Araújo

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