Os 20 anos do Porsche Cayenne

Modernos 19 Jun 2022

Os 20 anos do Porsche Cayenne

Ferry Porsche já o previa em 1989: “Se produzirmos um modelo todo-o-terreno de acordo com os nossos padrões de qualidade, e ele tiver o escudo Porsche na dianteira, as pessoas vão comprá-lo”. Ainda hoje tem razão.

Desde 2002, o Cayenne tem sido um dos pilares do sucesso global da Porsche. “O Cayenne sempre foi um grande atractivo para a nossa marca – nos últimos 20 anos trouxe para a Porsche muitos clientes novos e fãs de todo o mundo”, diz Detlev von Platen, membro da Executive Board de Vendas e Marketing da Porsche AG.

A Porsche teve de tomar algumas decisões importantes em meados da década de 1990, de forma a garantir o sucesso económico a longo prazo. No início da década, a empresa viveu uma das crises económicas mais significativas da sua história: estava no vermelho e entregou apenas 23.060 automóveis no ano fiscal de 1991/92. Com o Boxster, lançado em 1996, a Porsche começou a trilhar o caminho para sair do mau período. Contudo, rapidamente tornou-se evidente para a direcção que o lendário 911 e o novo modelo com motor central, sozinhos, não seriam capazes de conduzir a marca rumo a um futuro seguro. Foi assim que começaram a nascer os planos para um “Terceiro Porsche”, embora numa fase inicial ainda não tivesse sido tomada uma decisão sobre o segmento em que estaria inserido.



Por recomendação da organização de vendas nos EUA, a Porsche optou por um veículo todo-o-terreno ao invés de um monovolume, carroçaria essa que também estava a ser considerada. Este tipo de veículo estava particularmente na “moda” na América do Norte – o maior mercado da Porsche na época. O CEO, Wendelin Wiedeking, também tinha como objectivo apostar no mercado asiático que estava em ascensão. As ambições eram elevadas: a Porsche não se limitava a construir um SUV desportivo de acordo com os valores da marca, mas também queria rivalizar com os principais concorrentes do segmento de todo-o-terreno.


Este enorme projecto foi finalmente concretizado como parte de um projecto conjunto com a Volkswagen, denominado “Colorado”, que foi anunciado de forma oficial em 1998: o Porsche Cayenne e o Volkswagen Touareg partilhariam a mesma plataforma. Apesar da arquitetura idêntica, cada marca utilizou, numa fase inicial, os seus próprios motores e desenvolveu as suas próprias configurações de chassis. A Porsche foi responsável pelo desenvolvimento da plataforma nas instalações de Hemmingen, inicialmente ultrassecretas, enquanto a Volkswagen contribuiu com os seus conhecimentos de produção em massa.

Em 1999, Zuffenhausen decidiu produzir o novo modelo na Alemanha e construiu uma nova unidade de produção em Leipzig, instalações essas oficialmente inauguradas em Agosto de 2022. Já o Volkswagen Touareg foi produzido na fábrica da marca em Bratislava, Eslováquia. A pintura da carroçaria do Cayenne também era feita na fábrica da Volkswagen, mas a montagem final era realizada na Alemanha. Tanto a primeira como a segunda geração do Cayenne – conhecidas internamente como E1 e E2 – saíram das linhas de produção em Leipzig e, mais tarde, também de Osnabrück. Com a chegada da terceira geração (E3) em 2017, a Porsche transferiu toda a produção do Cayenne para Bratislava, de forma a criar as condições em Leipzig para a produção do Panamera e do SUV compacto, o Macan.

As múltiplas opções técnicas que possui tornam o Cayenne um veículo touring familiar que, ao mesmo tempo, que também é um robusto todo-o-terreno e um veículo bastante dinâmico com a típica performance da Porsche. Com estas características, o Cayenne ajudou a moldar o segmento dos “Sport Utility Vehicle” (SUV) ao longo dos últimos 20 anos. A primeira geração (E1) chegou cheia de confiança como seria de esperar de um Porsche. Com possibilidade de escolha entre duas configurações do motor V8: no Cayenne S, o recém desenvolvido motor de 4.5 litros produziu 150 kW (340 CV), enquanto o Cayenne Turbo debitava uns ainda mais impressionantes 331 kW (450 CV) com a mesma cilindrada. Atingiram velocidades máximas de 242 e 266 km/h, respectivamente – uma importante mensagem para os clientes de automóveis desportivos, cujas expectativas em termos de chassis foram igualmente cumpridas. A dinâmica em curva foi garantida por sistemas electrónicos introduzidos recentemente: o Porsche Traction Management (PTM) distribuía a potência entre os eixos numa relação de série de 38:62 (eixo dianteiro/eixo traseiro). O sistema era também variável através de uma embraiagem multidisco e podia implementar qualquer relação de entrega de potência entre 100:0 e 0:100, caso fosse necessário.

Longe do alcatrão, os condutores do Cayenne podiam utilizar a caixa de transferência com rácio baixo para melhorar a tração. O bloqueio do diferencial central impedia que as rodas patinassem ou que saíssem do solo. Com estas capacidades, o primeiro veículo todo-o-terreno da Porsche era semelhante aos concorrentes todo-o-terreno mais conhecidos, mesmo durante os test drives na fase de desenvolvimento do veículo.


A primeira geração do Cayenne (E1) foi ainda o modelo Porsche a apresentar o PASM. O Porsche Active Suspension Management era oferecido em conjunto com suspensão pneumática. Este sistema regulava de forma continua a força de amortecimento através do cálculo de variáveis como o estado da estrada e o estilo de condução. A suspensão pneumática teve igualmente um papel importante no capítulo de todo-o-terreno: a já impressionante distância ao solo de 21,7 centímetros com suspensão convencional, subiu para os 27,3 centímetros com o apoio do sistema de nivelação incorporado na suspensão pneumática. No início de 2006, a Porsche melhorou a performance em estrada com a introdução do primeiro Cayenne Turbo S, versão que captou a atenção através do motor V8 biturbo de 4.5 litros com 383 kW (521 CV), valores excecionais para a época.

“Estabelecer, aperfeiçoar, refinar”, a descrição de Michael Mauer, Porsche Head of Design, relativamente à evolução de design desde o primeiro Cayenne até à terceira geração comercializada na actualidade. Esta descrição também se adequaria ao progresso técnico: de forma a optimizar o peso e a performance da segunda geração (E2), foi substituída a caixa de transferência com rácio baixo por um sistema de tração integral com embraiagem multidisco de controlo activo, sistema esse que ainda hoje é utilizado. A Porsche introduziu ainda motorizações híbridas e híbridas plug-in no completamente redesenhado E2; estas variantes apresentavam um diferencial central Torsen. Todos os motores existentes tiveram um incremento de potência, com um consumo de combustível até 23% mais baixo. No interior totalmente redesenhado, o principal destaque foi a consola central ascendente.

“Com o E3, o objectivo era aumentar ainda mais a gama de capacidades”, refere Hans-Jürgen Wöhler, Vice President Product Line SUV de 2013 a 2020, ao observar o desenvolvimento da terceira geração do Cayenne. “O objectivo era torná-lo mais desportivo, com maior conforto em viagem, mas mantendo as capacidades fora de estrada”, diz Wöhler. “Uma suspensão pneumática de três câmaras e eixo traseiro direcional foram desenvolvidos especialmente para este fim. A nova carroçaria em alumínio permitiu poupar peso, tornando o veículo ainda mais eficiente e ágil. Contudo, o E3 também tinha de oferecer uma vasta gama de capacidades de apoio ao condutor através de um grande número de novos sistemas de assistência”, concluiu Hans-Jürgen Wöhler. Para tal, uma unidade central de controlo integrava todos os sistemas de assistência ao condutor. Para além disso, o SUV recebeu uma atualização no capítulo da conectividade: integração do smartphone, WiFi e Bluetooth. Com a introdução da terceira geração do Cayenne em 2017, a Porsche abandonou o motor Diesel e concentrou-se no desenvolvimento da tecnologia híbrida plug-in. Outro momento marcante foi o lançamento, na Primavera de 2019, do ainda mais desportivo Cayenne Coupé com uma linha de tejadilho mais acentuada, como a do 911.

O pioneiro híbrido: performance melhorada, como um superdesportivo

Só com potência eléctrica, os modelos híbridos plug-in da terceira geração do Cayenne conseguem atingir velocidades de até 135 km/h e percorrer até 44 quilómetros sem produzir emissões. O consumo, segundo os valores WLTP, é entre 3,1 e 4,1 l/100 km, valor que varia consoante a configuração ou medida dos pneus. Os modelos híbridos estão equipados com uma bateria de alta tensão de 17,9 kWh e um motor eléctrico de 100-kW que não serve apenas para melhorar a eficiência, mas também para uma experiência de condução enfaticamente dinâmica. A estratégia de impulso elétrico de todos os actuais modelos híbridos da Porsche surgiu no 918 Spyder – o superdesportivo que, na sua época, foi o automóvel de produção mais rápido no circuito de Nürburgring-Nordschleife, não apenas, mas também, devido à motorização híbrida.


O Cayenne mais potente é o Turbo S E-Hybrid, disponível desde 2019, e tem uma potência combinada de 500 kW (680cv). Tal como em todos os híbridos plug-in da Porsche, o condutor pode utilizar a energia eléctrica como um impulso adicional em qualquer modo de condução. Por exemplo, o Cayenne Turbo S E-Hybrid tem um binário de 900 Nm disponível praticamente desde o arranque, o que permite ao SUV de grandes dimensões acelerar dos 0 aos 100 km/h em 3,8 segundos. Numa condução diária, o condutor pode confiar na estratégia dos modos de condução inteligentes e desfrutar de uma propulsão superior com baixo consumo de combustível.

As bases para as versões electrificadas da actualidade foram lançadas em 2007 com a actualização da primeira geração do Cayenne: com o concept “close-to-series-production” do Cayenne S Hybrid apresentado no IAA, a Porsche, ao contrário de muitos dos seus concorrentes, não apostou num “power-split hybrid”, mas sim num “full hybrid”. Neste design, o motor eléctrico não é apenas utilizado durante o processo de arranque, mas também nas velocidades mais elevadas. Deste modo, o protótipo conseguia andar a 120 km/h sem o apoio do motor a combustão. A adição do motor eléctrico também melhorou a aceleração e flexibilidade.

A unidade híbrida chegou ao mercado em 2010 com a segunda geração do Cayenne, como o primeiro híbrido de produção em série da Porsche. A combinação entre um motor V6 de três litros sobrealimento com 333cv, e um motor eléctrico síncrono de 34 kW (47cv), originou uma potência combinada de 279 kW (380 CV). Quatro anos depois surgiu o primeiro híbrido plug-in, com o qual a Porsche desempenhou um papel pioneiro no segmento SUV premium. O Cayenne S E-Hybrid permitia percorrer mais de 30 quilómetros em modo puramente eléctrico. A bateria de níquel foi substituída por uma bateria de iões de lítio. Apesar do motor a combustão ser o mesmo, a potência do motor eléctrico aumentou para 95cv (70 kW), o que melhorou a potência combinada para 306 kW (416 CV).

Supedesportivo em qualquer tipo de terreno: sucesso em ralis e recordes de volta

O Cayenne é um modelo desportivo versátil e já demonstrou as suas capacidades em várias condições extremas. Em 2006, duas equipas de rali privadas entraram com o Porsche Cayenne S no Rally Transsyberia que partia de Moscovo, passava pela Sibéria e acabava em Ulaanbaatar, Mongólia – e conquistaram o primeiro e segundo lugar. A Porsche inspirou-se neste feito e desenvolveu uma edição limitada a 26 unidades, o Cayenne S Transsyberia, adaptado para ralis de longa distância – com um sucesso estrondoso. Conseguiram um segundo e terceiro lugar no Transsyberia de 2007, com um total de sete Porsche a chegar no top dez.


O Cayenne S Transsyberia contava com equipamento especial onde estava incluindo pneus de todo-o-terreno, uma célula de segurança, relação de eixos mais curta, bloqueio de diferencial, braços de suspensão dianteiros reforçados e painéis inferiores reforçados. O motor V8 manteve os 283 kW (385 CV). Como esta versão de competição tinha como base a actualização da primeira geração, os participantes no rali beneficiaram das melhorias implementadas no Cayenne: os novos motores com injeção directa de combustível consumiam até 15% menos, e o novo Porsche Dynamic Chassis Control (PDCC) – em combinação com barras anti rolamento ativas – eliminou de forma significativa o balançar de carroçaria em curva, ao mesmo tempo que permitia uma melhor articulação dos eixos. Em 2008, 19 Cayenne S Transsyberia melhorados começaram o Rally da Sibéria e ocuparam todos os lugares do top dez, com excepção do sexto lugar.

Enquanto o Rally Transsyberia, que não se voltou a realizar, tinha 7000 quilómetros e exigia sensivelmente duas semanas de condução, o actual Cayenne Turbo GT precisou de apenas 20,832 quilómetros para demonstrar a sua performance, ao registar um tempo de volta de 7:38.925. No dia 14 de Junho de 2021, Lars Kern, piloto de testes e desenvolvimento, estabeleceu, de forma impressionante, o novo recorde de volta na categoria SUV no lendário circuito de Nürburgring-Nordschleife. Configurado para oferecer a máxima performance em aceleração e curva, o Turbo GT é o atleta de topo da gama Cayenne. Os 471 kW (640 CV), debitados pelo motor V8 biturbo de 4,0 litros, oferecem a base para características de condução soberbas. A típica aceleração até aos 100 km/h (62,14 mph) é feita em 3,3 segundos e não atinge a sua velocidade máxima antes dos 300 km/h (186,14 mph). Com linhas ainda mais desportivas e disponível em exclusivo na carroçaria Coupé de quatro lugares, o Cayenne Turbo GT está disponível com todos os sistemas de chassis disponíveis de série e com pneus desenvolvidos em específico para este modelo. A motorização e o chassis são afinados de forma independente. O resultado é um conceito geral harmonioso com excelentes características para circuito.

A faísca: do “Roadrunner” ao primeiro GTS da era moderna

Quando se pensou em expandir a gama, pouco depois da bem-sucedida estreia, as pessoas por trás do desenvolvimento da primeira geração do Cayenne já tinham nos planos uma variante com performance dedicada à estrada. Oliver Laqua, actualmente o Overall Vehicle Project Manager do Cayenne, trabalhou como engenheiro conceptual do E1 em 1998 e, em 2004, ficou encarregue de criar um Cayenne que fosse particularmente desportivo em todos os aspectos. Desde o início que ficou clara a ambição do jovem engenheiro, que pretendia desenvolver um veículo mais leve sob o nome de projecto “Roadrunner”. “Planeámos dispensar a caixa de transferência, porque isso poupava mais 80 quilos de peso. E pensámos em quatro bancos de competição para uma maior redução de peso e uma sensação mais emotiva”, recorda Laqua.

Contudo, o facto de que o “Roadrunner” seria oferecido apenas com tracção traseira não entusiasmou os membros da direcção, tal como os bancos pouco práticos. Contudo, no que diz respeito a motorização, os engenheiros conseguiram o que pretendiam: um motor V8 atmosférico em detrimento de um sobrealimentado. “Neste projecto, não era apenas a potência que contava; o veículo também tinha de ter uma resposta real ao acelerador”, diz Laqua. O equipamento de série incluía uma caixa manual de seis velocidades e um chassis com uma afinação especifica. Pela primeira vez, a suspensão de aço foi apoiada pelo sistema de amortecimento PASM – um conceito que, até então, era reservado para automóveis desportivos de duas portas. Tanto a dianteira como a traseira eram semelhantes ao Cayenne Turbo. As cavas de roda aumentavam a largura total em cerca de 14mm de cada lado, detalhes que garantiam um visual mais marcante. Era também 24mm mais baixo do que o Cayenne S.


O nome foi retirado dos livros de história da Porsche – o 928 GTS, descontinuado em 1995 e cuja designação, por sua vez, foi retirada do Porsche 904 Carrera GTS dos anos sessenta. Os modelos históricos com a designação “GTS”, que significa “Gran Turismo Sport”, representavam um carácter desportivo excepcional combinado com grandes capacidades em longas distâncias. O primeiro Cayenne GTS foi lançado em 2007 com a actualização da geração E1. O motor de 4,8 litros com 298 kW (405 CV) era a variante de topo dos Cayenne com motores atmosféricos. Na segunda geração GTS a potência aumentou para os 309 kW (420 CV), enquanto na actualização do modelo em 2015 a Porsche substituiu o V8 atmosférico por um V6 biturbo por questões de eficiência. Apesar da redução na cilindrada, foi possível aumentar a potência em 15 kW (20 CV) e reduzir o consumo de combustível. No Cayenne GTS atual, a Porsche regressou ao V8, desta vez com 4,0 litros e biturbo, que debita 338 kW (460 CV). O estrondoso sucesso do Cayenne GTS serviu de inspiração e, atualmente, todos os modelos da Porsche contam com uma variante GTS.

Novos mercados, novos clientes: o Cayenne abriu portas

Após a apresentação mundial no Salão Automóvel de Paris em Setembro de 2002, o Cayenne tornou-se um sucesso a nível global – e rapidamente excedeu as expectativas de vendas. Originalmente, eram esperadas 25.000 entregas anuais. Nos oito anos da primeira geração, foram vendidos 276.652 veículos – ligeiramente menos do que 35.000 veículos por ano. A unidade um milhão do Cayenne já está nos livros – saiu da linha de produção no Verão de 2020. Desde a última contagem, em 2021, mais de 80.000 exemplares já tinham sido entregues.

Para a Porsche, o Cayenne criou a base económica para o sucesso sustentável sem comprometer os valores da marca de automóveis desportivos baseados no desporto automóvel. “Com o Cayenne, conseguimos, pela primeira vez, transferir com sucesso a Lenda Porsche para um segmento completamente novo”, disse Oliver Blume, Chairman of the Executive Board of Porsche AG, durante a estreia da terceira geração no tejadilho do Porsche Museum, em 2017. “O nosso veículo desportivo no segmento dos SUV provou ser um bestseller e um motor de crescimento desde 2002. E isso não é tudo. O Cayenne abriu as portas a muitos mercados novos para a Porsche e deu um contributo significativo para a internacionalização da nossa rede de vendas”.

Detlev von Platen, Member of the Executive Board for Sales and Marketing at Porsche, afirma: “Como ícone de estilo no segmento dos SUV, o Cayenne ajudou a reforçar o encanto da nossa marca, particularmente na China e em outros mercados asiáticos. É agora um dos modelos mais procurados da Porsche em todo o mundo, e tenho a certeza de que a sua popularidade continuará forte no futuro”.

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