Mercado • 20 Out 2020

Mercado • 31 Mai 2022
Arnolt-Bristol Bolide que pertenceu a Hugh Hefner leiloado por mais de 280 mil euros
A Arnolt foi uma construtora automóvel americana, de Chicago, fundada pelo industrial Stanley H. “Wacky” Arnolt, que esteve em actividade de 1953 a 1968. Ao longo a sua história, a Arnolt juntou-se a quatro marcas britânicas para o fornecimento de mecânicas, a MG, a Aston Martin, a Bentley e por fim a Bristol, com as carroçarias construídas na Bertone, em Itália.
A última parceria da Arnolt seria com a Bristol, que negociou a compra de 200 chassis do modelo 404, que tinha por base o desenho do BMW 328, e a mecânica de seis cilindros em linha BS1 MKII, de 2,0 litros de cilindrada, câmaras de combustão hemisféricas, válvulas à cabeça inclinadas, com três carburadores Solex 32, do modelo Bristol 403, que de origem desenvolviam 130cv, mas aqui nos Arnolt poderiam chegar aos 150cv.
Os chassis iam para a Bertone, onde recebiam uma carroçaria bastante aerodinâmica, desenhadas por Franco Scaglione, que devido aos carburadores, teve de desenhar uma entrada de ar no capot, para ganhar espaço sem alterar a fluidez do desenho. A grande maioria dos automóveis tinham carroçaria de aço, com capô e tampa da bagageira em alumínio.
Os Arnolt-Bristol estavam disponíveis com quatro carroçarias diferentes, a Competition, a versão mais “despida” para uso em competição, a Bolide, a versão mais aprimorada da Competition, a Bolide Deluxe, a versão com mais luxos como capota e janelas laterais, e a Coupé, com tejadilho e faróis escamoteáveis. No total foram produzidos 142 Arnolt-Bristol, no entanto, doze foram destruídos num incêndio na fábrica e utilizados, posteriormente, para doadores de peças. Hoje pensa-se que sobrevivam aproximadamente 85 exemplares.
Presente neste artigo está um Arnolt-Bristol Bolide Deluxe de 1954 que foi oferecido novo pelo próprio “Wacky” Arnolt a Hugh Hefner, o famoso fundador e editor da revista Playboy. No entanto, Hefner não ficou com ele muito tempo, tendo-o oferecido a uma “coelhinha”, que o vendeu pouco tempo depois.
A sua história após esse acontecimento é desconhecida, até ser adquirido por Jonathan Bradburn no início dos anos 80, com apenas seis mil milhas, cerca de 9600 quilómetros e ainda nos seus pneus originais, mas já pintado na cor vermelha. Posteriormente, esteve na posse de vários coleccionadores, onde em 1992 foi repintado na sua cor original Paramatti Blue, sendo que o último o manteve quase 30 anos e pintou-o numa cor de azul mais escuro com uma risca branca, tal como se mantém hoje.
Foi vendido no leilão da Bonhams, aquando do Grande Prémio Histórico do Mónaco, no dia 13 de Maio, por 287.500 euros, um valor um pouco abaixo das expectativas iniciais de venda.