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Por Tiago Nova
O Ford Mustang I é um protótipo que, apesar de não partilhar nada com o Pony Car lançado em 1964, deu-lhe o nome, utilizado pela primeira vez neste automóvel. O nome esse foi proposto por John Najjar, que era um entusiasta pela aviação e viu neste protótipo bastante semelhanças com o caça de combate North American P-51 Mustang.
A ideia deste protótipo nasceu do Fairlane Group, um comité da Ford, liderado por Lee Iacocca, que juntava várias chefias para discutir novos produtos para a marca americana e, no Verão de 1962, nasceu a ideia de criar um automóvel desportivo, que se situasse entre um Kart e o Chevrolet Corvette e que pudesse competir na categoria 9 da FIA.
O designer Eugene Bordinat iniciou o esboço, com um automóvel de baixo custo de produção, mas que não esquecia a sua condução, performance e um estilo radical e em três semanas passou o protótipo do papel para um protótipo em argila, com 2286mm de distância entre eixos e uma largura de vias de 1219mm na frente e 1245mm na traseira.
A carroçaria foi construída em alumínio pela Troutman-Barnes numa peça única, rebitada no chassis tubular. Para aumentar a rigidez, os dois bancos no interior faziam parte da carroçaria, com o condutor a poder ajustar a coluna de direcção, assim como os pedais. O pequeno para-brisas foi construído em plástico, para reduzir o peso. Para aumentar a segurança foi ainda instalado um rollbar que se integrava no desenho do automóvel.
A construção do protótipo ficou a cargo de Roy Lunn, que tinha uma vasta experiência na concepção de automóveis de competição que, em conjunto com Herb Misch, desenvolveram um chassis para acomodar a suspensão independente nas quatro rodas, direcção de pinhão e cremalheira, assim como discos de travão na frente.
Para locomover o Mustang I foi decidido colocar o pequeno e leve motor do projecto Ford Cardinal de produção germânica que equipava o Ford Taunus, um motor V4 com 1,5 litros de cilindrada e duas válvulas por cilindro à cabeça, desenvolvendo aqui 90cv de potência na versão destinada para a estrada ou 109cv na versão de competição. O motor partilhava o bloco com a caixa de quatro velocidades e o diferencial, que aqui dava potência às rodas traseiras. Para o arrefecimento do motor, foram colocados dois radiadores, um em cada lateral.
Um total de dois automóveis foram construídos, em apenas 100 dias, um deles completamente funcional e o outro apenas um protótipo rolante com carroçaria em fibra de vidro. A 7 de Outubro de 1962 seria apresentado ao público, no Grande Prémio dos EUA, no circuito de Watkins Glen, em Nova Iorque, onde Dan Gurney fez uma volta de demonstração.
Apesar de todo o entusiasmo e atenção criada, o Mustang I nunca avançou para a produção, por ser um automóvel bastante complexo, nascendo outro protótipo mais convencional, o Mustang II, que teria mais influência para o automóvel de produção. Este protótipo passaria a ser conhecido por Mustang I após a construção do Mustang II e seria bastante utilizado como ferramenta de marketing durante vários anos. Em 1982, o protótipo funcional foi doado ao Museu Henry Ford.
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