Mercado • 11 Jan 2021

Mercado • 11 Mai 2022
RM Sotheby’s leva a leilão um raro BMW 507 Series II
Como dito num anteriormente artigo do Jornal dos Clássicos, o BMW 507 foi um belo erro da marca alemã, isto porque, apesar de toda a sua beleza e do seu motor V8, o 507 foi um fracasso de vendas que levou a marca à falência.
Em 1956 a BMW lançava um dos mais bonitos automóveis alguma vez produzidos pela marca, o descapotável 507, desenhado por Albrecht von Goertz. Apesar de a economia global ainda estar a recuperar pelos danos causados pela Segunda Guerra Mundial, a BMW decidiu seguir o caminho do luxo, muito por culpa de Max Hoffman, o importador da BMW em Nova Iorque. Em 1954, Hoffman convenceu a BMW a produzir um descapotável com base nas berlinas 501 e 502, pois a BMW não tinha nenhum modelo para competir nesse segmento, principalmente com o Mercedes-Benz 300SL, o modelo da BMW era mais barato que o 300SL mas mais caro do que o Porsche 356.
Inicialmente o preço de venda ao público seria bastante competitivo, no entanto, por erros de cálculo, os custos de produção aumentarem exponencialmente, apesar de Fritz Fiedler ter utilizado o maior número de peças possíveis de outros modelos da marca. Isto fez disparar o preço do automóvel e, consequentemente, afastar potenciais clientes. Entre 1956 e 1960, somente 252 exemplares foram produzidos e, segundo consta, a BMW perdeu dinheiro em todos eles.
O BMW 507 está equipado com o motor V8 M507/1 construído em alumínio, com válvulas à cabeça, dois carburadores duplos Zenith 32NDIX e 3,2 litros de cilindrada, produzindo 150cv às 5.000rpm, um valor bastante bom para a época. Acoplado ao motor está uma caixa manual de quatro velocidades da ZF de relações curtas. O peso total do 507 é de 1.300 quilos, pois era produzido totalmente à mão em alumínio, o que faz com que nenhum exemplar seja igual.
Apesar dos poucos exemplares produzidos, o BMW 507 foi divido em duas séries, a Series I, produzida de 1956 até ao início de 1957, com apenas 34 exemplares produzidos. Estes são conhecidos por ter um tanque de combustível de 110 litros construído em alumínio, montado atrás dos bancos, o que limita o espaço interior e o da bagageira. A partir de 1957, passaram a ser produzidos os BMW 507 Series II, que estão equipados com um tanque de apenas 66 litros colocado por baixo da bagageira, aumentando o espaço para os passageiros e bagagem. Além disso, os 507 Series II têm um painel de instrumentos redesenhado e uma nova capota de lona. De todos os exemplares, apenas onze foram vendidos novos com o opcional de hardtop construído também à mão, em alumínio.
O exemplar presente neste artigo, com o chassis número #70140, saiu de fábrica em 1958 na cor Graphit, pertencendo assim à Series II, estando equipado com o seu hardtop original e o rádio Becker Brescia. Foi entregue no concessionário italiano da BMW Casa dell’ Automobili, em Roma, a 4 de Junho de 1958. Um ano depois seria vendido ao seu primeiro proprietário Luigi Beltrametti, que o utilizava com bastante frequência. Após seis anos, foi vendido ao seu segundo proprietário, Giannantonio Panigoni, que equipou o 507 com travões de disco na frente e um eixo traseiro com uma relação de 3,42:1. Panigoni teve na sua posse o BMW 507 mais de 50 anos, participando com ele em inúmero encontros e ralis.
Agora, irá a leilão no próximo dia 14 de Maio, num evento organizado pela RM Sotheby’s aquando do Grande Prémio Histórico do Mónaco, com um valor de venda estimado entre os 2,1 e os 2,5 milhões de euros. Juntamente com o automóvel, seguem vários documentos da época, assim como os manuais originais.