Novo regulamento trouxe imprevisibilidade ao Super Seven by Toyo Tires

Competição 12 Abr 2022

Novo regulamento trouxe imprevisibilidade ao Super Seven by Toyo Tires

O arranque da temporada 2022 do Super Seven by Toyo Tires não podia ter sido mais ilustrativo da enorme competitividade que existe em torno do Troféu monomarca promovido pela CRM Motorsport.

Com 44 automóveis e 54 pilotos, dos quais 17 estreantes, na grelha de partida do Estoril Super Racing Series, os adeptos que se deslocaram ao Circuito do Estoril no fim-de-semana passado presenciaram três corridas de cortar a respiração em que o primeiro lugar nunca esteve garantido.

A prová-lo, o cômputo geral de cinco vencedores distintos, 15 pilotos que subiram ao pódio e muitos feitos para guardar na memória, depois de Nuno Pires ter triunfado pela primeira vez na carreira nos 420R, o rookie Alex Areia terminado todas as corridas do fim-de-semana no pódio, Daniel González-Vallinas feito o pleno na Gentleman e Bruno Knudsen ter ganho na sua estreia na categoria 320R!


Ao assegurarem um lugar nas três primeiras posições das suas categorias, os estreantes Rui Ribeiro, Guilherme Dal Maso, Rafael Rajani e Mico Mineiro também se destacaram nesta ronda inaugural do Super Seven by Toyo Tires, tal como Bernardo Bello (fê-lo pela primeira vez nos 420R) e Bruno Martins (idem aspas na Gentleman).

Na lista de honrosas subidas ao pódio há que mencionar ainda Miguel Ferreira, Gonçalo Nobre da Veiga, Frederico Brion Sanches e naturalmente os pilotos que venceram neste fim-de-semana: José Carlos Pires e Paulo Santos, além do já referido Daniel González-Vallinas.


O primeiro dia de competição abriu com duas sessões de treinos cronometrados independentes para cada categoria (420R e 320R) e uma corrida. Apesar de sair da pole nos 420R, Gonçalo Lobo do Vale viria a ser
ultrapassado por seis pilotos, caindo para o sétimo lugar à entrada para a segunda volta. No mesmo instante, Bernardo Bello assumia, pela primeira vez na carreira, o comando nesta categoria. O piloto da CRM Motorsport (Bello) começava a ganhar uma ligeira vantagem para os adversários mas o despiste de José Carlos Pires na travagem para a Curva 1 obrigou à entrada do safety-car em pista para remover o veículo do campeão em título, preso na gravilha.

A luta pelo triunfo passou a contar com menos um adversário de peso, mas nem por um momento perdeu interesse. No reatar da prova, Bello largou mal e foi prontamente superado por Nuno Pires, que havia largado da quarta posição. Três voltas depois, seria Alex Areia a assumir o segundo posto, acompanhado por um galopante Gonçalo Lobo do Vale, e ainda por Sérgio Saraiva. A discussão pela vitória estava ao rubro e à entrada para a derradeira volta era impossível apontar um vencedor. No final, Lobo do Vale, que havia recuperado até ao segundo lugar, acabou por concluir a corrida na quinta posição, a menos de 1,5 segundos do primeiro, e atrás de Bernardo Bello (4º), Alex Areia (3º), Sérgio Saraiva (2º) e de um eufórico Nuno Pires. Em mais uma decisão através do photo-finish, o piloto da Speedy Motorsport (Pires) finalmente alcançou a tão desejada primeira vitória da carreira nos 420R — mais uma prova da colossal igualdade do Troféu apoiado pela Toyo Tires, Fuchs, Auditv, Apple of Eden, Gupe e GC24.

Atrás dos cinco primeiros, Diogo Tavares concluiu esta primeira corrida na dianteira de Lourenço Monteiro, Luís Calheiros, André Correia e António Falcão. Depois de três épocas no Kia GT Cup, João Aguiar-Branco coroou a sua estreia na categoria 420R com um positivo décimo primeiro lugar, à frente do campeão Gentleman Nélson Gomes, e ainda de Paulo Macedo, Duarte Lisboa, J. J. Magalhães, Miguel Lobo, José Carlos Pires e Tomás Guedes — piloto que completou apenas duas voltas.

Na Gentleman, Daniel González-Vallinas mostrou um ritmo demasiado forte para os seus adversários. Mas a luta pelo segundo lugar da classe esteve repleta de interesse graças ao bonito confronto entre os rookies Ricardo Pereira e Guilherme Dal Maso. Fantástica foi também a diferença entre Mico Mineiro e José Kol Almeida, separados por apenas 50 milésimos de segundo na disputa pelo quarto lugar. Entre o sexto e o décimo segundo deste grupo concluíram a prova Paulo Galveias, autor de uma boa corrida neste seu regresso à ‘Família Seven’, e ainda Ricardo Pedrosa, Jorge Setas, Bruno Martins, Mário Melo, Fernando Costa e Daniel Azevedo.

Entre os 320R, Paulo Santos voltou a provar que é um nome a ter em conta na luta pelo campeonato. Venceu e convenceu, deixando atrás de si Gonçalo Nobre da Veiga (liderou, mas teve de se contentar com o segundo lugar do pódio da carreira) e Bruno Knudsen, que se estreou nestas andanças. Já Frederico Brion Sanches travou um maravilhoso combate com Miguel Couceiro, enquanto Bernardo Gonzalez concluiu a corrida à frente de Dominic Geary, Zé João Magalhães e Nuno Rodrigues.


Com duas corridas em perspectiva, o derradeiro dia do Estoril Super Racing Series abriu com equipas e pilotos curiosos para perceber os efeitos das alterações produzidas pela CRM Motorsport para a época de 2022. A inversão dos dez primeiros classificados para as Corridas 2 e 3 assentou que nem uma luva no espírito do Troféu e proporcionou confrontos ainda mais emocionantes.

Com Manuel Falcão na pole-position e André Correia no segundo posto numa inédita primeira linha da grelha, a Corrida 2 arrancou, desde logo, com novos protagonistas. Mas foi Gonçalo Lobo do Vale a arrebatar as atenções ao assumir o comando no início da primeira volta. Se o estreante Falcão acabaria arredado da discussão pelo triunfo, o mais experiente André Correia rejubilou com a posição de partida. Foi atrás de Lobo do Vale e resistiu aos ataques de Diogo Tavares e Lourenço Monteiro. O piloto do veículo #69 (Correia) chegou mesmo a assumir o comando e a mantê-lo durante três voltas até ser ultrapassado por Bernardo Bello. Mas nenhum dos dois foi capaz de suster José Carlos Pires. Autor de uma recuperação magistral, depois de largar da 28ª posição, o campeão em título colou-se na frente da corrida à sexta passagem pela recta da meta, numa altura em que os 13 primeiros seguiam separados por uns inacreditáveis 3,2 segundos!

Com Pires sozinho na liderança e a estabelecer sucessivamente a volta mais rápida, a corrida nos 420R centrou-se assim na enorme batalha entre Bernardo Bello, Nuno Pires, Diogo Tavares, Gonçalo Lobo do Vale, Alex Areia, J. J. Magalhães e Diogo Costa. Um grupo que proporcionou um dos melhores espetáculos da história do Super Seven by Toyo Tires, mesmo que este tenha sido abruptamente interrompido na última volta: uma derradeira tentativa de ultrapassagem por parte de Diogo Tavares na parabólica interior resultou num toque em cadeia que colocou de fora André Correia e Gonçalo Lobo do Vale, além do próprio.

A partir daqui os dois primeiros (Pires e Bello) receberam a bandeirada de xadrez com tranquilidade, enquanto Alex Areia suplantou o colega de equipa Nuno Pires ao cair do pano para repetir a presença no pódio. Seguiram-se J. J. Magalhães, Diogo Costa, David Saraiva, Luís Calheiros, Paulo Macedo, Lourenço Monteiro, Miguel Lobo e Duarte Lisboa, na frente dos já referidos Gonçalo Lobo do Vale, André Correia e Diogo Tavares. Após uma promissora posição de partida, Manuel Falcão completou apenas quatro voltas, tal como João Aguiar-Branco, e Tomás Guedes, novamente, apenas duas. Nélson Gomes não alinhou.

Na Gentleman, protagonismo para Daniel Gonzalez-Vallinas, que registou mais um triunfo tendo a seu lado Guilherme Dal Maso e o rookie Rafael Rajani. José Kol Almeida voltou a terminar na quarta posição, na frente de um lote que terminou separado por nove décimos de segundo. A compô-lo encontravam-se Mico Mineiro, Rui Ribeiro e Paulo Galveias. Entre o oitavo e o décimo primeiro lugar terminaram Ricardo Pedrosa, Daniel Azevedo, Ricardo Pinto e Mário Melo.

Já Fernando Costa completou apenas três voltas nesta segunda corrida. Entre os 320R, nova vitória para Paulo Santos e batalha espetacular entre Miguel Ferreira e Frederico Brion Sanches. À boca do pódio, Dominic Geary registou uma das melhores corridas desde que se estreou no Super Seven by Toyo Tires, superando pelo caminho Bernardo Gonzalez, Miguel Couceiro, Nuno Rodrigues e Zé João Magalhães.

Desta feita, Bruno Knudsen ficou arredado da discussão dos lugares da frente, entrando no pit lane no início da terceira volta.


A terceira corrida do fim-de-semana voltou a contar com muitas ultrapassagens, mas também uma longa paragem para entrada do safety-car após um incidente que retirou alguns dos seus protagonistas. No retomar da prova, interrompida logo na segunda volta, José Carlos Pires demonstrou, uma vez mais, que se encontra num excelente forma. Ganhou posições lentamente a partir do sétimo lugar da grelha e assumiu o comando para não o largar mais à quinta passagem pela recta da meta. Quem também entrou com o pé direito em 2022 foram Nuno Pires e Alex Areia — pilotos que voltaram a repetir presenças no pódio e com isso a enaltecer o trabalho conjunto da Speedy Motorsport.

Depois de ter liderado nas primeiras quatro voltas e mantido em perspetiva um terceiro lugar, J. J. Magalhães teve de se contentar com a quarta posição, à frente de Gonçalo Lobo do Vale e Diogo Costa. No sétimo posto classificou-se Luís Calheiros, piloto que, tal como na corrida anterior, chegou a rodar entre os três primeiros e a travar um excelente combate com Paulo Macedo. Numa luta frenética pelo top 10 encontramos Lourenço Monteiro, Bernardo Bello, Miguel Lobo e André Correia — grupo que recebeu a bandeira de xadrez separados com indiscritíveis 150 milésimos de segundo!

A fechar a classificação reservada aos 420R, João Aguiar-Branco acumulou quilómetros importantes para a iniciação no Super Seven by Toyo Tires, concluindo a prova à frente de Duarte Lisboa, Tomás Guedes, Sérgio Saraiva e António Falcão.

Na Gentleman, foi um fim-de-semana perfeito para Daniel González-Vallinas, que desta feita teve a companhia do rookie Mico Mineiro e de Bruno Martins — ambos estreantes no pódio desta categoria. Mais atrás, Ricardo Pedrosa, Mário Melo, José Kol Almeida, Rui Ribeiro e Fernando Costa terminaram separados por apenas 1,5 segundos, um sinal do equilíbrio desta categoria.

Já entre os 320R, foi um final de sonho para Bruno Knudsen. Travando uma batalha sem tréguas contra Paulo Santos (apenas 173 milésimos separaram os dois pilotos), o detentor do volante do Caterham #14 (Knudsen) garantiu o primeiro triunfo da carreira na prova de estreia no Super Seven by Toyo Tires. Pela segunda vez no fim-de-semana passado, Miguel Ferreira fez-lhes companhia no pódio, concluindo a corrida na dianteira de Dominic Geary e Nuno Rodrigues.

Para Tiago Raposo Magalhães, CEO da CRM Motorsport, “O equilíbrio entre os participantes do Super Seven by Toyo Tires voltou a estar em evidência neste arranque da temporada 2022. Mais do que as grelhas recorde, gostaria de destacar o número de pilotos que subiram ao pódio, a camaradagem que voltou a existir entre os concorrentes e o enorme espetáculo a que se assistiu este fim-de-semana com a transmissão em direto das corridas mais emocionantes do planeta!”

Concluída a presença no Estoril Super Racing Series, a comitiva do Super Seven by Toyo Tires prepara agora a viagem rumo ao Circuito de Jarama, entre 14 e 15 Maio, para a segunda ronda da competição.

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