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Soybean Car, o protótipo construído por Henry Ford com carroçaria de plástico natural
Por Tiago Nova
Henry Ford sempre foi um empreendedor visionário, fazendo várias alterações de paradigma no mundo automóvel que ainda hoje são implementadas. Foi o primeiro a idealizar uma linha de produção para baixar os preços dos automóveis sendo assim o primeiro a construir um automóvel para a classe média.
Em 1941 foi pioneiro, mais uma vez, ao apresentar o Soybean Car, um automóvel com carroçaria em plástico produzido a partir de fibra de soja com resina de fenólica, além de conter trigo, linho, entre outras plantas, sendo o resultado de doze anos de estudo. Lowell E. Overly, um dos responsáveis pelo desenvolvimento do automóvel, disse que esta carroçaria era muito mais leve que as tradicionais de metal e, assim, era mais eficiente em termos de consumo de combustível.
Inicialmente, Henry Ford deu o desenvolvimento deste automóvel a Eugene Turenne Gregorie, no entanto, este não ficou satisfeito com o projecto fazendo com que Henry o enviasse para o Soybean Laboratory da Ford, onde entrou em cena Lowell E. Overly. Henry Ford adiantou-se nos seus planos e plantou 4900 hectares de soja, para caso a produção avançasse ele já teria a matéria prima pronta.
O Soybean Car, também conhecido por Hemp Car, seria apresentado ao público, no festival Dearborn Days, no Michigan, a 13 de Agosto de 1941 e o seu objectivo foi utilizar alternativas ao ferro, devido ao racionamento na Segunda Guerra Mundial, assim como conjugar a produção industrial com a agricultura e ser mais seguro que os automóveis de ferro. Além disso, o seu motor V8 136, de 2,2 litros de cilindrada e 60cv, foi desenhado para utilizar biocombustível produzido à base de cannabis.
A carroçaria produzida de resina de soja composta por 14 painéis com 6 milímetros de espessura, montada num chassis tubular de aço. As janelas de vidro foram substituídas por acrílico, tudo para reduzir o peso ao máximo, que se fixava nos 862 quilos, muito abaixo do tradicional da época.
Apesar do seu futuro promissor, o automóvel nunca foi produzido em série e o único protótipo produzido terá sido destruído pouco depois. Ainda chegou a ser produzido um segundo chassis, mas esse também desapareceu após o cancelamento do projecto devido à Segunda Guerra Mundial. Nem a fórmula exacta para a produção dos painéis sobreviveu até aos nossos dias. Ainda demorou alguns anos para que aparecessem automóveis com carroçaria em plástico, ainda que, não à base de produtos naturais.
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