Clássicos • 03 Mai 2020

A aerodinâmica é uma ciência que hoje em dia tem bastante impacto no desenvolvimento de um automóvel, quer seja para melhorar as performances, quer seja para obter o mínimo consumo possível, ou até para aumentar o conforto a bordo. No entanto, nem sempre foi algo que estivesse presente nos encargos principais do automóvel. Desde cedo que se percebeu que o automóvel atingia maior velocidade quanto melhor fosse a aerodinâmica, mas normalmente isso era associado aos automóveis de competição e não aos automóveis de estrada. Só na década de 60 é que os automóveis começaram a ter um estudo mais sério no que à aerodinâmica diz respeito.
É aí que entra o Pininfarina X, com código Pf-X, um automóvel que foi o culminar do estudo cientifico da aerodinâmica, levado a cabo por Alberto Morelli (professor no Politecnico di Torino), e um desenho original da carroçaria, com uma combinação diferente das quatro rodas e com uma pequena área frontal, mas que assim conseguia um coeficiente aerodinâmico de 0.23, algo bastante bom até nos dias de hoje, conseguindo também uma maior velocidade máxima, cerca de 20% superior, com um menor consumo, mesmo com um motor tradicional, que neste caso era de origem Fiat com 1089cc de 43cv, acoplado a uma caixa de quatro velocidades manuais. A apresentação ao público aconteceu no Salão Automóvel de Turim em 1960 e, posteriormente, mostrado no Salão Automóvel de Bruxelas de 1961.
Não esquecer que esta época foi a Idade Espacial, pois o Homem tinha conseguido ir à Lua e começaram a aparecer vários automóveis com um design idêntico ao das naves. O Pininfarina X foi também o resultado radical desse design espacial.
A única roda frontal está responsável pela direcção, enquanto que as duas rodas laterais servem somente de estabilizadores. A roda traseira é a única que tem tracção, ligada directamente ao motor, montado também ele na traseira do lado direito, assim do lado esquerdo tem espaço para a bagageira. No interior podiam ir quatro pessoas com bastante espaço.
Como curiosidade, Battista “Pinin” Faria conduziu o Pf-X diversas vezes, para vários eventos, de modo a atrair atenções para o poder produzir em série, no entanto, como todos sabemos, isso não aconteceu. Outra curiosidade, é que só em 1961 é que a empresa se passou a chamar Pininfarina, até aí era Pinin Farina, mas este modelo já foi apresentado com o nome todo junto.
O Pininfarina X permaneceu no museu da marca até 2007, quando foi adquirido pelo coleccionador John Rosatti, na mesma condição de que foi apresentado em 1960. Depois foi levado a leilão, pela Barrett & Jackson, em Scottsdale, a 17 de Janeiro de 2015, arrematado por 330.000 dólares, cerca de 309.243€.
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