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De Tomaso 505/38, o automóvel que fica na história da Fórmula 1 pelos piores motivos
Por Tiago Nova
Aproveitando o facto de, para a temporada de 1970, os chassis serem completamente redesenhados, deixando os automóveis do ano anterior obsoletos, a De Tomaso foi mais uma das muitas equipas que entraram para o campeonato, mas não correu como o esperado. Alejandro De Tomaso quis voltar a competir na categoria mais alta do desporto automóvel, algo que já tinha acontecido anteriormente, mas mais uma vez, por falta de resultados, De Tomaso decidiu focar-se somente nos automóveis de estrada.
Desde do início que o De Tomaso 505/38 se demonstrou pouco competitivo, não conseguindo terminar ou ficar classificado nas quatro primeiras provas da época. Além disso, no Grande Prémio da Holanda a tragédia bateu à porta da equipa, quando o piloto Piers Courage faleceu, na sequência de um acidente devido a um furo, onde o De Tomaso 505/38 capotou e ficou envolto em chamas. Para o substituir, Williams contratou Brian Redman, que competiu em três provas e Tim Schenken, que fez o restante da temporada.
Com o término da época de 1970 do Campeonato do Mundo de Fórmula 1, os resultados não foram nada animadores, com o De Tomaso 505/38 a não ser classificado em nenhum Grande Prémio e somente terminou em dois, no Grande Prémio do Mónaco e do Canadá, onde ficou a doze e onze voltas do vencedor, respectivamente. O único resultado animador, foi na prova extra-campeonato, onde Courage terminou no terceiro posto do BRDC International Trophy, em Silverstone.
Tal como os automóveis da época, o De Tomaso 505/38 tem um chassis monocoque em alumínio e era equipado com o motor V8 Ford-Cosworth DFV de 3,0 litros de cilindrada e uma taxa de compressão de 11.5:1, acoplado a uma caixa Hewland DG300 com cinco velocidades manuais. A potência debitada é de 430 cv às 10.000 rpm para um peso total de 589 kg. O motor tem quatro válvulas por cilindro, 32 no total, accionadas por duas árvores de cames em cada cabeça, utiliza sistema de lubrificação por cárter seco e injecção de combustível Lucas.
Durante a temporada de 1970 utilizou combustíveis Castrol, posteriormente BP, e pneus Dunlop. Ao todo, foram construídos três exemplares, com os últimos a serem mais leves que o primeiro, devido ao uso de magnésio na sua construção. Hoje existem os chassis 505-381 e o 505-383.
O chassis 505-381 foi o primeiro dos três a ser construído e teve um violento acidente no Grande Prémio de Espanha, voltando para a De Tomaso, onde permaneceu durante três décadas. Foi adquirido por Rick e Rob Hall, da Hall & Hall, em 2006. Utilizando as peças suplentes que vieram com o chassis, aos poucos foi voltando à sua forma inicial. Em 2008 o restauro foi terminado e o automóvel voltou a fazer rugir o seu motor no Goodwood Festival of Speed. O chassis 505-383 faz parte de uma colecção na Bélgica.