Clássicos • 28 Set 2016
Clássicos • 06 Dez 2021
O monstruoso Snow Cruiser perdido na Antártida
The Snow Cruiser – Antarctica’s Abandoned Behemoth é o nome de um pequeno documentário que retrata a história de um dos veículos mais estranhos alguma vez construídos. O Snow Cruiser tem também outros nomes associados a ele, como The Penguin, Penguin 1 ou Turtle.
O Antarctic Snow Cruiser Project foi o resultado de um ambicioso projecto de engenharia, desenhado e construído em Chicago, de 1937 a 1939, sob a supervisão de Thomas Poutler, na The Research Foundation of the Armour Institute of Technology. A construção demorou onze semanas e a 24 de Outubro de 1939 o Snow Cruiser foi ligado pela primeira vez.
Após a sua construção, esta monstruosidade foi conduzida pelas estradas públicas até Boston, a pouco mais de 1.600 km de distância. Durante a viagem a direcção partiu, o que fez com que o veículo caísse de uma pequena ponte, ficando aí encalhado durante três dias. Em Boston embarcou para a Antárctica, passando pelo Canal do Panamá e pela Nova Zelândia, no navio North Star. A sua concepção serviria para facilitar o transporte nos difíceis terrenos da Antárctica, durante a expedição americana realizada de 1939 a 1941.
O peso deste gigante cifra-se nos 34.019 kg e estava equipado com dois motores diesel Cummins H-6 de seis cilindros em linha, 11.0 litros e 150 cv cada, que serviam de geradores a quatro motores eléctricos de 56 kW da General Electric, um por roda, que debitam uma potência de 75 cv cada. A suspensão era independente nas quatro rodas e podia ajustar a altura do veículo. O comprimento do Snow Cruiser é de 17 metros, a distância entre eixos de seis metros e a sua altura podia ser ajustada entre os quatro e os cinco metros. A velocidade máxima é de 48 km/h e tem capacidade para 9.500 litros de combustível. No interior existiam vários compartimentos que a tripulação precisaria enquanto estivessem em andamento.
O Snow Cruiser tinha várias funcionalidades inovadoras, como por exemplo as rodas que retraíam para um compartimento aquecido pelos gases de escape, fazendo com que durassem mais tempo e não fossem afectados pelas baixas temperaturas. A parte superior foi estudada para acomodar uma pequena aeronave, neste caso um Beechcraft. A cabine era aquecida através do anticongelante do motor. A energia eléctrica não utilizada era armazenada em baterias para ser utilizadas pelas luzes e equipamentos. O Snow Cruiser poderá ter sido o primeiro veículo a utilizar um sistema de propulsão híbrida, diesel e eléctrica.
Poutler foi o comandante da segunda expedição de Richard Byrd, em 1934, e sabia o que um veículo necessitava para atravessar as condições difíceis do meio. No entanto, o Snow Cruiser falhava sempre que aparecia um obstáculo mais complicado, nem mesmo os grandes pneus ajudavam, pois não tinham tracção suficiente, nem com a adição dos dois pneus suplentes isso foi melhorado e, dessa forma, foi abandonado algures na Antárctida, ajudado pelo facto do financiamento da expedição ter sido cancelado com o despoletar da Segunda Guerra Mundial.
Em 1946, durante a Operation Highjump, o Snow Cruiser foi descoberto, necessitando de uma pequena revisão e ar nos pneus para se voltar a mover. Foi redescoberto em 1958, mas voltou a desapareceu debaixo da neve, já que apenas tinha sido colocado um sinal a indicar o local onde estava. Existem algumas teorias que indicam que a União Soviética desenterrou o veículo durante a Guerra Fria, o que parece pouco provável devido às suas dimensões e peso.
Cada vez mais esta revista é digna de se ler! Parabéns!
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